Casal de MS que sonhava com casamento na praia denuncia golpe de empresa de SC

Outras vítimas também contrataram os serviços de festas e acabaram levando o golpe

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(Reprodução: Floripa Mil Grau)

O que era para ser um casamento dos sonhos ou a tão sonhada festa de 15 anos em praias catarinenses virou um pesadelo para um casal sul-mato-grossense, em novembro deste ano. Isso porque uma mulher, de 29 anos, e seu companheiro, de 32, são acusados de estelionato após aplicarem um golpe após serem contratados para os eventos e ‘sumirem do mapa’ com o dinheiro recebido pelas vítimas. 

A mulher suspeita de aplicar o golpe é campo-grandense, mas atua na praia da Lagoa da Conceição, em Florianópolis (SC), com o companheiro. Cerca de sete vítimas procuraram a delegacia, onde relataram ter sofrido um prejuízo de quase R$ 160 mil. Entre as vítimas está um casal, de 33 e 38 anos, natural de Aquidauana, a 139 quilômetros de Campo Grande. 

O casal sul-mato-grossense procurou a delegacia no dia 27 de novembro, onde relatou que contratou o serviço dos organizadores por R$ 34.550, sendo que o casamento foi marcado para março de 2025.

Ao contratar a organização, ficou acordado que o valor seria pago em duas parcelas. Então, os noivos realizaram o pagamento da primeira parcela e logo a suspeita tentou contato com o casal para que pudessem tentar antecipar o restante, porém, não conseguiu. 

Logo, no dia 7 de novembro, a noiva agendou uma reunião presencial no local do evento, já em Santa Catarina, mas a organizadora não compareceu. Depois, ela recebeu a ligação de sua cerimonialista informando que o casal de organizadores praticou vários estelionatos com outros clientes e apagou suas contas das redes sociais. 

Ainda, a vítima tentou contato com a mãe da estelionatária que havia recebido alguns pagamentos de outros clientes, mas a mesma apenas indicou o contato de um advogado. 

Já uma noiva catarinense, de 32 anos, relatou que contratou um pacote para realização de seu casamento, tendo pago o valor de R$ 27.580. Na ocasião, ela e o marido pretendiam se casar em outubro, mas por questões de saúde, o evento precisou ser adiado para fevereiro de 2025. 

Contudo, no dia 22 de novembro, a noiva foi informada de que a mulher teria aplicado um golpe em outra pessoa que contratou os mesmos serviços para aquele fim de semana. Ela disse à polícia que recebeu uma ligação de um suposto advogado da organizadora informado que a empresa decretou falência e não iria entregar o evento para mais ninguém. 

Depois, o casal tentou contato e foi até a residência dos organizadores, mas não os localizaram. No dia seguinte, as vítimas conversaram com os fornecedores do casamento e foram informados de que os mesmos já tiveram problemas anteriormente e não trabalhavam mais com a suspeita. 

Outros fornecedores disseram ainda que a data estava reservada para o casamento deles, mas existiam valores pendentes para pagamento, enquanto outros clientes afirmaram aos fornecedores que a mulher ‘sumiu do mapa’, segundo o registro policial. 

E no mesmo dia, outra noiva procurou a delegacia para denunciar o casal de organizadores por estelionato. À polícia, ela disse que contratou o serviço em setembro para seu casamento, que seria realizado em dezembro, a preço de R$ 60 mil, dividido em quatro parcelas de R$ 15 mil. 

Após a assinatura do contrato, a mulher começou a pressionar insistentemente o casal pelo pagamento das parcelas, mesmo tendo ficado combinado o pagamento para o dia seguinte. A vítima ainda contou que recebia várias mensagens e ligações no dia acordado para o pagamento e, inclusive, oferecia descontos para que o valor fosse pago antes da data combinada.

Então, o pagamento das duas parcelas foi feito nos dias combinados. Já a terceira parcela, no valor de R$ 14.500, foi paga em novembro, três dias antes do vencimento, após a mulher oferecer um desconto de R$ 500 ao casal de noivos.

Logo que o pagamento foi feito pelo casal, a organizadora afirmou que no dia seguinte seria agendada as fotos do famoso ‘pré-wedding’ – ensaio fotográfico feito dias ou meses antes do casamento. Contudo, ela sumiu e os noivos não tiveram mais retorno. 

Assim como as outras vítimas, ela tentou contato de várias formas, mas não conseguiu falar com o casal de estelionatários. Os dias passaram e, no dia 22 de novembro, os noivos receberam uma ligação da cerimonialista que disse que não conseguiu mais contato com a organizadora e revelou que outro casal estava enfrentando uma situação crítica com a suspeita. 

Festas de 15 anos

Além de casamentos, o casal de estelionatários era contratado para realização de festas de 15 anos. Uma das vítimas é uma paulista que contratou o serviço dos organizadores para a festa de 15 anos de sua filha no valor de R$ 19.869. 

Assim, ela pagou R$ 16.075,50 logo que os serviços foram sendo contratados. Em novembro, o organizador entrou em contato oferecendo um desconto para que a paulista antecipasse a última parcela do contrato. 

Na delegacia, ela contou que, no total, pagou cerca de R$ 24.475,50 ao casal de organizadores. Afirmou ainda que tentou agendar várias reuniões, mas não teve sucesso. 

Outra vítima do casal de estelionatários contratou os serviços em junho deste ano para realizar a festa de 15 anos da filha. Na ocasião, o catarinense de 51 anos pagou R$ 7.500 logo que o contrato foi firmado. 

Então, ficou combinado entre as partes que o restante, em torno de R$ 17 mil, seria pago em cinco parcelas. Porém, na última semana de novembro, o catarinense foi informado pela cerimonialista que a empresa teria falido e não honraria com os contratos assinados para as festas. Depois, ele percebeu que era golpe e procurou a polícia. 

Nas redes sociais de portais de notícias locais, o casal teve o rosto divulgado e diversos internautas relataram que também foram vítimas dos estelionatários. “Muita gente levou golpe dessa empresa, inclusive eu que prestei serviço a eles e não pagaram a quantia total”, comentou um prestador de serviços.

“Deram golpe em colegas meus de evento também. Trabalharam e não receberam. É muita falcatrua. Por isso digo e repito. Pesquisem bem antes de contratar. Lamentável as pessoas serem enganadas e ficarem frustradas pelo sonho virar pesadelo. Lamentável”, orientou outra mulher.

A reportagem do Jornal Midiamax tentou contato com os acusados de estelionato, mas o casal apagou os perfis nas redes sociais. O espaço segue aberto para manifestações.

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