‘O mínimo é Justiça’, pede delegada em júri de Estrelinha, estuprada e assassinada em Campo Grande

A mãe da menina e o autor do crime são julgados nesta quarta-feira (28) em Campo Grande

Thatiana Melo, Lucas Caxito – 28/08/2024 – 08:44

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(Lucas Caxito, Midiamax)

A mãe da menina Isadora Araújo Martins, de 10 anos, assassinada em dezembro de 2022 em Campo Grande, vai a júri popular nesta quarta-feira (28) junto do autor do crime. Maykon Araújo Pereira e Inezita Ramos de Oliveira Araújo sentam no banco de réus.

A delegada que atendeu o caso na época, Karen Viana, falou ao Midiamax que espera por Justiça para a menina. Ela participa do júri onde falará sobre as investigações. “Eu acredito que a investigação foi bem alinhada, foi bem feita e foi muito rápida, que garantiu eficácia. Então, acredito que o mínimo hoje que pode ser feito é uma justiça com relação a essa vítima. É responsabilizar as pessoas que causaram isso, direta ou indiretamente”, disse a delegada. 

Karen ainda falou que durante as investigações ficou evidenciado que Inezita tinha costume de sair para beber e deixar os filhos sozinhos em casa. “Ela tinha esse costume, de acordo com o que os vizinhos falavam também e ela própria falou que deixava de vez em quando. Ela se contradiz nesse ponto, mas a gente tem várias testemunhas que indicavam isso. E também com relação à prostituição ela não confirmou que fazia isso na casa, mas os vizinhos falavam que havia essa movimentação de vários homens no local com frequência”, relatou.

Delegada Karen Viana que atendeu caso na época

Éder Rodrigues, desossador de 49 anos, também participa do júri como testemunha. Ele disse que está fazendo tratamento e que não consegue esquecer o que ocorreu. “É uma situação que ainda mexe muito comigo, inclusive estou fazendo tratamento psiquiátrico por causa disso. A mãe da menina costumava sair bastante pro bar que fica perto da casa, mas nunca tinha deixado as crianças sozinhas como naquele dia. Eu cheguei a ver o homem chegar ouvir ele perguntando da mãe, mas achei que fosse uma conversa normal, estava cansado do trabalho e fui dormir. Foi quando aconteceu a tragédia”, falou ao Midiamax.

Morte de Estrelinha 

Um homem relatou que encontrou a mãe da vítima em um bar, por volta das 19h30, e por volta das 22h foram até a residência dela, no dia 11 de dezembro de 2022. Ao chegarem, a mãe chamou a filha para que abrisse a porta e ela não respondia, momento em que ela deu a volta na casa e entrou pela porta dos fundos.

A mãe teria encontrado a filha caída no chão da cozinha e começado a gritar por socorro. O homem que a acompanhava chamou um vizinho, que arrombou a porta, e em seguida acionaram a Polícia Militar e o Corpo de Bombeiros.

A mãe não soube precisar que horas saiu e deixou a vítima e seus outros filhos sozinhos. Segundo os policiais, ela aparentava estar embriagada e agressiva, e tentou sair do local, mas foi algemada e encaminhada para a Deam (Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher) para prestar esclarecimentos.

Duas testemunhas, vizinhas da residência, informaram que a mãe foi até a casa delas pedindo socorro, pois teria encontrado a filha no chão da cozinha, e parecia ter sido estuprada e morta. Outro vizinho informou que o suposto autor estaria com calça jeans desbotada, camiseta preta e boné verde.

O vizinho relatou que havia discutido com a mãe da criança há alguns meses, e por isso não teria pedido ajuda. Entretanto, ele disse ter ouvido quando o suspeito chamou a mãe da menina no portão dizendo que precisava entregar um dinheiro a ela, mas a filha teria atendido e dito que a mãe não estava em casa.

Cerca de 15 minutos depois, o vizinho disse ter ouvido o irmão da vítima chorando, ter saído no portão e visto o homem saindo da residência, andando rápido e olhando para trás. O Conselho Tutelar também foi acionado. O caso foi registrado como estupro de vulnerável, abandono de incapaz e homicídio majorado contra pessoa menor de 14 anos.

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