Condenados por assassinato também são réus por matar homem e enterrar ossada em cama embutida

Márcio Pereira da Silva e Ricardo Freitas Portes são acusados de matar vítima e enterrar ossada em cama embutida

Victória Bissaco – 31/08/2024 – 10:51

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Ricardo, de camiseta branca, e Márcio, de camisa listrada – (Foto: Nathalia Alcântara, Midiamax)

Agosto completa 1 ano da prisão de Marcelo Pereira da Silva e Ricardo Freitas Portes, o “Alemãozinho”, ambos de 44 anos, condenados nesta sexta-feira (30) a 30 anos de prisão pela morte de João Francisco Finger Ribeiro. Porém, a dupla não está livre de encarar o júri popular. Isso porque ainda ocuparão o banco de réus, em setembro, pelo homicídio de Damião Miguel da Silva, que teve a ossada localizada enterrada em uma cama embutida de concreto.

A vítima, Damião, estava desaparecida havia 45 dias antes de ter a ossada encontrada no dia 21 de agosto de 2023. Os dois homens foram presos quatro dias depois, no dia 25, e confessaram o assassinato.

Local onde ossada estava enterrada. (Alicce Rodrigues, Midiamax)

Segundo o relato dos autores, Ricardo, Marcelo e Damião bebiam no quintal de uma vila de quitinetes na Avenida Julia Maksoud quando se desentenderam por conta de drogas. A vítima, ainda, teria feito uma brincadeira por ficar com a esposa de um dos autores. Foi então que os comparsas se uniram e mataram o colega.

Em reconstituição do crime, os comparsas demonstraram ter matado a vítima com cerca de 4 golpes de madeira, além de ‘terminar’ o serviço com golpes de picareta. O primeiro na cabeça. A vítima logo caiu, mas foi atingida por mais dois. Em seguida, ela ainda tentou levantar quando recebeu o quarto golpe.

Um dos autores demonstrando como golpeou a vítima na cabeça. (Alicce Rodrigues, Midiamax)

Depois de morto, teve o corpo arrastrado até um dos quartos onde foi enterrado e feito uma cama de concreto em cima. Os dois respondem por homicídio qualificado por:

  • Motivo fútil, pois se desentenderam após a vítima tirar sarro do relacionamento anterior com a ex-companheira de um dos acusados.
  • Meio cruel, porque desferiram diversos golpes contra a cabeça da vítima.
  • Recurso que dificultou a defesa da vítima, já que estavam em dois para matá-lo, ou seja, superioridade numérica.

A data do julgamento popular foi marcada para 25 de setembro.

Outro homicídio

Damião não é a primeira vítima que os dois teriam feito. No dia 2 de julho de 2023, João Francisco Finger Ribeiro foi espancado com socos, chutes, pedaço de madeira e até tijolo. Ele conseguiu fugir do local – uma vila de quitinetes na Avenida Júlia Maksoud – e pedir socorro.

Contudo, não resistiu aos ferimentos e morreu na Santa Casa. Nesta sexta-feira (30), os dois encararam o júri popular pela morte de João Finger. Márcio foi o primeiro a ser ouvido e negou qualquer participação. “Creio que estive lá (na vila de quitinetes), mas eu não estava lá, porque, decerto, saí cedo para catar latinha”, disse. Então, falou que soube do ocorrido dias depois. “Quando acharam o corpo ali na esquina”.

O catador de recicláveis afirmou, inclusive, ter certeza que não está envolvido nesse homicídio. Já Ricardo optou por ficar em silêncio. A motivação seria uma dívida por empréstimo de ferramentas.

A dupla foi condenada a 30 anos de prisão em regime fechado, durante julgamento na sexta-feira (30).