‘Movimento normal’: Paralisação de policiais civis não compromete funcionamento de delegacias

Conforme equipes policiais das Depacs Centro e Cepol, registros estão ocorrendo normalmente nesta quinta (5)

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Reivindicações em frente à Depac Centro. (Ana Laura Menegat, Midiamax)

A paralisação de 70% dos policiais em todo o Estado na manhã desta quinta-feira (5), não sobrecarregou o sistema de registro de boletins ocorrências nas delegacias de Campo Grande. O Jornal Midiamax visitou as duas Depacs (Delegacias de Pronto Atendimento Comunitário) da Capital – Centro e Cepol – para apurar o impacto da redução extraordinária de efetivo.

Na Cepol, a equipe policial na recepção explicou que apesar da redução de agentes disponíveis durante a manhã, policiais de plantão seguiram a rotina normalmente para o registro de possíveis ocorrências emergenciais. “Em caso de crimes ou ocorrências fora do comum, a equipe de plantão trabalhou por aqui normalmente. Já os cidadãos que desejavam registrar ocorrências de rotina, informamos sobre a paralisação temporária e orientamos que voltassem na hora do almoço”, disse.

Os agentes também descartaram qualquer tumulto ou problemas entre denunciantes causados pela indisponibilidade do registro. “O movimento agora está normal”, enfatizaram.

Na Depac Centro, a equipe de reportagem encontrou a unidade também normalizada, contudo, bastante movimentada. Um denunciante de 35 anos, que preferiu não se identificar, relatou uma certa demora no atendimento para a realização de boletim de ocorrência.

“Eu cheguei aqui já vai fazer uma hora, quero denunciar um problema que tive ao fazer um empréstimo e não consigo. Só tem dois atendentes aqui e isso tá provocando lentidão”, relatou. Apesar da demanda elevada no período vespertino, não houve registro de tumultos ou problemas enfrentados pela população originado pela paralisação da manhã.

Paralisação dos policiais pode ocorrer novamente

A paralisação de 70% dos policiais em todo o Estado nesta manhã de quinta-feira (5), para reivindicação de melhorias salariais, pode ocorrer novamente caso o Governo não abra negociação com a categoria, segundo o presidente do Sinpol (Sindicato dos Policiais Civis de Mato Grosso do Sul), Alexandre Barbosa.

De acordo com Barbosa, caso não haja negociação, a categoria está prevendo indicativo de greve. “É a maneira que temos para manifestar. Só queremos o que foi prometido”, disse Barbosa.

O presidente do sindicato ainda falou sobre a polícia do Estado ser uma das melhores do país, mas o salário não acompanhou os resultados apresentados. “Quase um trabalho escravo. Este é nosso grito”, disse ao Midiamax. 

Ainda segundo Barbosa, a categoria está esperando para a próxima terça-feira (10) reunião com deputados estaduais para montar uma comissão para resolver o impasse. Caso não haja uma solução, não está descartada nova paralisação.

O escrivão Carlos Alexandre disse que há uma defasagem salarial muito alta que não alcança as necessidades básicas dos policiais. “A Polícia Civil está sangrando”, disse. Ele ainda relatou que a polícia do Estado é considerada uma das melhores, mas com um dos piores salários. 

“Polícia desvalorizada, a população fica insegura”, falou. 

Paralisação por 4 horas

Barbosa relatou que a paralisação vai ser das 8 horas da manhã até o meio-dia e a concentração será na Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) do Centro. Neste período, 70% dos policiais irão parar e apenas serviços essenciais irão funcionar.

Medidas protetivas e flagrantes serão feitos, já boletins de ocorrência, intimação e oitivas não serão feitos. “É um alerta para tentarmos abrir um canal de negociação com o Governo”, disse Barbosa.

“Não queremos prejudicar ninguém, mas infelizmente até agora estamos sendo forçados a tomar medidas um pouco mais duras, mais rígidas. É o próprio Governo do Estado que não abriu o canal de negociação ainda com a categoria”, explicou.

Foto ilustrativa (Henrique Arakaki, Midiamax)

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