Um dos membros de uma organização criminosa do jogo do bicho que lucrou cerca de R$ 300 milhões foi preso, nesta quarta-feira (24), em Campo Grande durante a deflagração da Operação Primma Migratio para desmantelar núcleo gerencial e logístico de organização paulista que operava no Ceará. Havia mandados para serem cumpridos em Mato Grosso do Sul.

Alex Gamarra estava em seu apartamento na Avenida Rachid Neder quando os policiais chegaram por volta das 6 horas da manhã para cumprir o mandado. Os agentes ainda ouviram Alex pela porta falando ao celular com uma pessoa. Na ligação, pedia para avisá-lo sobre qualquer movimentação e ainda relatou que a mãe dele havia conseguido sair do apartamento.

Ele ainda disse ter sido avisado por familiares sobre as buscas por ele em vários endereços. Durante as buscas no local, foi encontrado no guarda-roupa duas cases destinadas ao acondicionamento de armas de fogo. Em uma das cases foram encontrados dois carregadores de pistola no calibre 9mm. Além disso, foram localizadas munições no calibre e algumas no calibre .380.

Após dois anos de investigação, a organização criminosa migrou parte de sua estrutura de São Paulo ao Ceará, onde implantou rentáveis atividades criminosas como tráfico de drogas, armas, “jogo do bicho”, e lavagem de dinheiro em loteria esportiva administrada pela organização.

Ainda de acordo com a polícia, há indícios que a organização movimentou mais de trezentos milhões de reais nos últimos anos. Parte desses recursos também era empregada na corrupção de servidores públicos. Dois policiais militares foram presos por pertencerem ao núcleo logístico da organização.

Ao todo, foram cumpridos 22 mandados de prisão preventiva, 36 mandados de busca e apreensão em endereços situados nos estados do Ceará, São Paulo, Santa Catarina e Mato Grosso do Sul, além do sequestro de 42 veículos atribuídos aos investigados.

Os mandados foram expedidos pela Vara de Delitos de Organização Criminosa do Ceará e um deles foi inserido na difusão vermelha da Interpol em razão de uma investigada ter mantido residência recente na Argentina.