Mãe e filhas acusadas de matar pai e filho com ajuda do PCC têm liberdade negada pela 2ª vez
Aparecido Donizete Martins, de 63 anos, e seu filho Naique Matheus Sotareli Martins, de 28, foram executados a tiros por uma dupla na Vila Santo Eugênio, em Campo Grande, no dia 25 de outubro
Mirian Machado –
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A defesa de Juliene Carneiro Cunha, de 46 anos, e das filhas Carla Vitória Carneiro Cunha Delgadilho, de 20 anos, Olga Juliza Carneiro Cunha Delgadilho, 22, solicitou mais uma vez a liberdade das acusadas, que também foi negado. Elas são acusadas de participação na morte de pai e filho, Aparecido Donizete Martins, de 63 anos, e Naique Matheus Sotareli Martins, de 28, executados a tiros por uma dupla, na Vila Santo Eugênio, em Campo Grande, no dia 25 de outubro.
No pedido, a defesa afirma que mãe e filhas confirmam a maioria dos fatos relatados na investigação policial, mas negam qualquer participação no duplo homicídio.
Cita que as filhas têm residência fixa, são primárias e com bons antecedentes. Olga tem filho de um ano, que ainda amamenta, enquanto Carla está gestante de 9 semanas, cujo é considerada de risco.
O pedido havia sido indeferido durante plantão de recesso forense e foi mais uma vez negada.
“Analisada as informações e documentos que acompanham os autos, ratifico a liminar indeferida, mantendo a decisão prolatada no plantão judicial por seus próprios fundamentos”, diz a decisão, publicada no dia 9 de janeiro e certificada na quinta-feira (11).
Mãe e filhas teriam planejado mortes
Aparecido Donizete Martins, de 63 anos, e de seu filho Naique Matheus Sotareli Martins, de 28, foram executados a tiros por uma dupla na Vila Santo Eugênio, em Campo Grande, no dia 25 de outubro.
Pai e filho foram mortos por dois atiradores, que estavam em uma moto, por volta das 18 horas, em frente a conveniência de propriedade das vítimas.
As investigações conduzidas pela DHPP (Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa) apontam que uma conveniência de fachada, destinada ao tráfico de drogas, teria sido aberta na mesma rua do estabelecimento de Aparecido e Naique. As proprietárias dessa conveniência seriam Juliene e suas filhas, Carla e Olga.
Dias antes do crime, Aparecido e Naique teriam passado a ter problemas com as donas da conveniência, que resultaram em uma série de discussões. O desentendimento teria começado por uma suposta denúncia – de que o estabelecimento das mulheres seria fachada para disfarçar o comércio de drogas –, que acabou em discussão entre eles.
Posteriormente, teria ocorrido um segundo desentendimento entre eles, que terminou com uma pessoa que estaria no local efetuando um disparo de arma de fogo. Na ocasião, ninguém foi atingido.
Uma semana antes dos fatos, teria ocorrido uma terceira briga, na qual Aparecido, com uma barra de ferro, teria expulsado um rapaz de sua conveniência. Ele empurrou o rapaz e, em seguida, Juliene teria se desentendido com Aparecido por este motivo.
Contudo, uma outra pessoa disse que dois dias após a primeira discussão, Juliene teria acionado membros de uma facção criminosa para resolver a desavença. Inclusive, uma chamada por videoconferência entre as vítimas, Juliene, Olga e um preso, identificado como Karlo, teria sido realizada, ficando definido que todos deveriam se respeitar.
Ainda segundo a investigação, Karlo seria integrante do PCC (Primeiro Comando da Capital). Uma das vítimas teria ligação com empréstimo de dinheiro a juros e o recebimento de uma moto como garantia de uma dívida de Karlo, que possuía relação com Naique e Juliene.
Justiça mantém prisão das mulheres
Juliene, Carla e Olga foram presas temporariamente no dia 14 de dezembro e a defesa recorreu, solicitando um habeas corpus para que a prisão fosse convertida em domiciliar. No entanto, o pedido foi negado no último dia 20.
Já nessa terça-feira (9), o Desembargador José Alê Ahmad Netto autorizou a liminar, indeferida pelo Poder Judiciário, mantendo a prisão do trio. “Analisada as informações e documentos que acompanham os autos, ratifico a liminar indeferida, mantendo a decisão prolatada no plantão judicial por seus próprios fundamentos”, consta no processo.
Duplo homicídio
Aparecido e Naique foram executados no momento em que estavam sentados em frente à conveniência por volta das 18 horas de quarta-feira, 25 de outubro. Eles foram mortos por uma dupla que estava em uma moto. Os atiradores se aproximaram e efetuaram os disparos de arma de fogo contra os dois.
Aparecido chegou a ser preso por homicídio em 2014. Ele, que era conhecido como ‘Branco’, foi preso, juntamente com outros dois homens, pelo assassinato de Davi Andrade, de 52 anos, o Paulista, em 2014.
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