Mãe de Karolina conta que filha ‘se transformou’ após relacionamento abusivo com Messias
Messias Cordeiro é julgado por matar a ex-namorada e o colega de trabalho dela
Victória Bissaco –
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Emocionada e sem conter as lágrimas do início ao fim, a mãe de Karolina Silva Pereira, morta a tiros pelo ex-namorado, Messias Cordeiro, relembra mudança drástica de comportamento da filha após iniciar o relacionamento com quem viria a ser seu assassino. O colega de trabalho dela, Luan Roberto de Oliveira, que levava ‘Karol’ para casa por causa das ameaças do réu, também foi morto por Messias.
A mãe Patrícia da Silva Leite foi uma das declarantes. Ela foi arrolada como testemunha tanto da defesa quanto da acusação, assim como a mãe de Luan Roberto, Ednamar Braga de Oliveira.
Patrícia descreve a filha como dócil, amável e muito amigável. Além de filha, Karolina também era amiga da mãe. “Ela sempre lutou pelos objetivos dela por conta própria. Em casa sempre foi uma menina feliz, presente, gostava muito de estar com os amigos dela, com a família”, conta.
A partir do relacionamento com Messias, a filha mudou. “Parecia estar cega nesse relacionamento. Passou a aceitar certas coisas e brincadeiras que a Karol de antes jamais aceitaria”. A mãe relembra, também, que a filha deixou de frequentar alguns lugares por causa do novo namorado.
Patrícia também relata que, em fevereiro de 2023, quando Messias terminou com Karolina, o réu passou a enviar mensagens para a ex-sogra, dizendo que Karolina estava com muitas dívidas. A mãe, então, conversou com a filha, que realmente confirmou dever R$ 22 mil em empréstimos.
Foi então que a mãe incentivou Karolina, que trabalhava em um escritório durante o dia, a arrumar outros trabalhos. Por isso e porque o sonho da filha era pagar o Coren (Conselho Estadual de Enfermagem) e finalmente seguir no ramo de técnica de enfermagem.
Antes da pizzaria surgir, Karol começou a trabalhar como maquiadora. Foi então que uma amiga e cliente a indicou na pizzaria, onde conheceu o colega de trabalho Luan Roberto.
Não possuíam relacionamento
A mãe de Luan também foi ouvida no Plenário do Tribunal do Júri. Ela reforça que Luan nunca mencionou Karol para ela. Mãe e filho eram muito próximos. “O Luan me deixou e eu entrei em desespero porque nunca tinha ficado sozinha em casa. Agora eu vivo sozinha, meu filho mora aos fundos, mas eu vivo sozinha o tempo todo”, lamenta a ausência do filho.
Patrícia também mencionou em seu depoimento que Luan não tinha nada a ver com o caso. “Por quê? Minha filha era uma menina boa, aquele rapaz que não tinha nada a ver com nada, só foi ajudar minha filha. Por que, meu Deus?”, questiona.
O crime ocorreu em 30 de abril de 2023 e Luan levava Karolina para casa por um acaso, já que o outro motoentregador da pizzaria, que revezava com o colega para deixar Karol em casa por causa das ameaças de Messias, estava dormindo.
O assassino esperou a ex-namorada chegar em casa embaixo de uma árvore. Ele disparou em Karolina e depois em Luan. A ex-namorada conseguiu correr e foi baleada nas costas. A mãe, Patrícia, conta que recorda de ter escutado três disparos na noite do crime.
“Eu pedi para meu esposo ver o que tinha acontecido, mas falei para ele olhar por cima do muro para não sair direto. Foi então que ele viu um rapaz [Luan] caído de bruços. Ele falou liga para o socorro”, explica.
Foi somente depois que avistaram o corpo de Karolina caído na casa da frente. “Nesse momento a gente saiu desesperado, sem se importar se era um assalto. Minha filha estava agonizando, parecia que queria falar alguma coisa. Os vizinhos começaram a sair porque eu gritava muito”, disse.
Luan chegou a ser socorrido, mas morreu no local do crime. Karolina foi levada para a Santa Casa e teve a morte confirmada em 2 de maio, dois dias após o crime.
Dia muito difícil
Patrícia falou ao Jornal Midiamax sobre a dor da perda da filha e o que espera com o júri. “Espero que a Justiça faça o correto para que sirva de exemplo e que fique preso”, disse.
A mãe de Luan, Ednamar também conversou com nossa equipe e disse que espera que Messias pegue a pena máxima. “Creio na justiça de Deus, primeiramente, porque essa não falha e ninguém escapa, e na justiça do homem. A gente espera pena máxima, porque eles não tiveram nem chance de defesa”.
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