Laudo revela que jogador levou 25 facadas antes de ser esquartejado em Sete Quedas
Hugo Vinícius Skulny Pedrosa ainda levou tiro e teve uma costela quebrada
Thatiana Melo, Lívia Bezerra –
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O laudo do exame necroscópico do Imol (Instituto de Medicina e Odontologia Legal) de Amambai revelou que o jogador de futebol Hugo Vinicius Skulny, de 19 anos, levou 25 facadas, um tiro e teve uma das costelas quebrada antes de ser esquartejado e ter os restos mortais jogados no Rio Iguatemi, em Sete Quedas.
O crime aconteceu em junho do ano passado na cidade localizada a 467 quilômetros de Campo Grande. Rubia Joice de Oliver Luvisetto, ex-namorada do jogador, voltou a cumprir pena em regime fechado no último dia 13. Também são réus pelo assassinato Danilo Alves Vieira da Silva e Cleiton Torres Vobeto.
Noemi Matos de Oliver e Patrick Eduardo do Nascimento, mãe e padrasto de Rúbia também são réus por fraude processual.
Conforme o laudo entregue em setembro de 2023, Hugo morreu por “hemorragia aguda por ação perfuro cortante”, visto que o jogador sofreu 25 facadas e ainda teve uma das costelas quebrada.
O corpo do jogador foi esquartejado e jogado no Rio Iguatemi, sendo que algumas partes ainda não foram encontradas. Os médicos que realizaram o exame de corpo de delito encontraram ferimentos no tórax, antebraço, região pélvica e em uma das pernas.
Hugo foi atraído até a casa de Rubia, onde encontrou o trio e Danilo sacou uma arma de fogo e efetuou disparo, fazendo com que o jogador caísse. Cleiton verificou que Hugo ainda respirava, então Rúbia buscou as chaves do veículo enquanto ele e Danilo deviam colocar a vítima na carroceria da picape.
Os dois levaram a vítima até a propriedade rural da família de Danilo, na rodovia MS-160, entre Sete Quedas e Tacuru, onde colocaram Hugo no chão. Quando percebeu que, apesar de abatido, ele ainda estava vivo a dupla pegou um facão e desferiu golpes na região do tórax, matando-o.
Prisão de ex-namorada
Após decisão do Tribunal de Justiça nesta quarta-feira (12), Rubia Joice de Oliver Luvisetto voltou a cumprir pena em regime fechado. Ela se entregou à polícia na manhã do dia 13 no estado do Paraná.
Rúbia estava em Umuarama, morando com a avó paterna e se entregou logo pela manhã, seguindo a determinação do Desembargador Luiz Gonzaga Mendes Marques. Segundo informações do advogado responsável pela defesa da jovem, Felipe Azuma, será impetrado um habeas corpus, perante o Superior Tribunal de Justiça, assim que for publicado o acórdão.
Ao Midiamax, afirmou que a definição é “absurdamente desnecessária”. “As decisões do Judiciário devem ser respeitadas e cumpridas, mas não são imunes a críticas e recursos. Neste caso, não concordamos com este retorno dela à prisão, uma vez que esta, se mostra totalmente desnecessária”, afirmou.
Aditamento da denúncia contra os réus
O MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) pediu aditamento da denúncia contra os réus do assassinato do jogador. Segundo o Ministério Público, após o recebimento da denúncia foram juntados os laudos necroscópicos e de pesquisa de sangue humano, determinação de perfil genético e vínculo genético.
Conforme o artigo 384 do Código de Processo Penal, há possibilidade de que seja dada nova definição jurídica ao fato descrito na inicial, em razão de prova existente nos autos e elemento da infração penal não contida na denúncia, devendo ser promovido o aditamento da exordial acusatória.
“Em detida análise ao procedimento, verificou-se que a extensa instrução probatória em juízo revelou circunstâncias fáticas do crime de homicídio que são diversas das explicitadas na inicial acusatória, sobretudo com as informações técnicas oriundas dos laudos periciais necroscópico e de pesquisa de sangue humano, determinação de perfil genético e vínculo genético e a coleta do interrogatório do réu Danilo, mostrando-se necessário o aditamento da denúncia”.
Assassinato brutal e cruel
Consta ainda que, após a produção de provas em juízo e análise meticulosa dos autos, ficou evidenciado como o crime ocorreu.
Hugo teve um relacionamento com Rúbia por oito meses, porém terminou o namoro. Desde então, Rúbia não aceitava o término e constantemente enviava mensagens pedindo para encontrar com a vítima. Mesmo assim, se envolvia com Danilo, para tentar causar ciúmes na vítima.
Na noite do dia 24 de junho, ocorreu uma festa no “Posto do Arnóbio” no Paraguai, próximo à fronteira com Sete Quedas e Rúbia encaminhou mensagens para o jogador a fim de atraí-lo para ter relações no fim do evento.
Hugo estava na festa acompanhado de amigos enquanto Rubia, Danilo e Cleiton pertenciam a outro grupo. A todo tempo, a autora se insinuava para Danilo a fim de causar ciúmes em Hugo.
A festa perdurou até a madrugada, quando Rubia, Danilo e Cleiton foram embora em uma Saveiro prata, de propriedade de Rúbia até a casa dela.
Hugo continuou na festa até que recebeu novas mensagens da autora pedindo que se encontrassem na casa dela. Hugo, então, foi de carona com um amigo até a residência de Rúbia.
Ao entrar no imóvel, a vítima encontrou o trio, logo Danilo sacou uma arma de fogo e efetuou disparo, fazendo com que o jogador caísse. Cleiton verificou que Hugo ainda respirava, então Rúbia buscou as chaves do veículo enquanto ele e Danilo deviam colocar a vítima na carroceria da picape.
Os dois levaram a vítima até a propriedade rural da família de Danilo, na rodovia MS-160, entre Sete Quedas e Tacuru, onde colocaram Hugo no chão. Quando percebeu que, apesar de abatido, ele ainda estava vivo a dupla pegou um facão e desferiu golpes na região do tórax, matando-o. Segundo o laudo necroscópico, foram esses ferimentos do facão que causaram a morte.
Os dois, então, pegaram a vítima e a jogaram no Rio Iguatemi, depois voltaram para a casa de Rúbia.
Nesse tempo, a menina recebeu o padrasto e passaram a ocultar os vestígios de sangue na casa, jogando água. Depois que Danilo e Cleiton voltaram, Patrick pegou o carro, deixou Danilo na casa dele e ocultou a Saveiro usada no crime.
Depois entrou em contato com a esposa, mãe de Rúbia, que concordou que todos, menos Danilo, fossem para sua casa, no Paraguai. Lá organizaram para não contar do crime a ninguém.
Em seguida, mãe e filha levaram Cleiton para sua casa também naquele país. Ainda naquela manhã seguinte ao crime, os pais de Rúbia voltaram à residência dela e limparam a casa, depois pegaram a saveiro e adulteraram o estado da coisa, a fim de induzir os agentes da persecução criminal em erro.
Entre os dias 25 e 1º, Danilo voltou para o sítio de sua propriedade e com um barco motor, percebeu que o cadáver de Hugo estava visível. Em seguida, o retirou do rio e com uma máquina cerra fita mutilou o corpo em diversos pedaços menores e atirou os restos mortais novamente no Rio Iguatemi.
Qualificadoras
Segundo o MP, o crime foi cometido por motivo torpe, porque Rubia e Danilo mataram a vítima por ciúmes. Rúbia por não aceitar o término e Danilo por repudiar o interesse da ‘ficante’ ainda com a vítima.
Meio cruel-porque foi cometido com exacerbado sofrimento da vítima, ao ser ferido com tiro, carregado na carroceria da picape e depois vítima de golpes de facão.
Recurso que dificultou a defesa da vítima, uma vez que Hugo já ferido com o tiro foi transportado de carro de um local para o outro e depois ainda recebeu golpes de facão, o que dificultou as chances de defesa.
Por esse motivo, o MP informa que altera a tipificação da denúncia e do outro aditamento a fim de imputar a Cleiton também o cometimento do crime de homicídio qualificado, tipificado, bem como adequar a descrição das circunstâncias qualificadoras com os resultados dos laudos periciais que sobrevieram aos autos.
Desse modo, o MP requer que a defesa dos acusados sejam intimados e que sejam aproveitadas as provas já produzidas nos autos e com o recebimento do aditamento pelo juízo, seja designada nova audiência de instrução exclusivamente para interrogatório dos réus Danilo e Cleiton, devido à alteração substancial da imputação que lhes recai.
Na época do crime, o Jornal Midiamax foi até a cidade e conversou com moradores, já que o crime brutal deixou a população chocada e assustada.
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