Justiça nega liberdade a dono de loja de carros investigado por tráfico transnacional de drogas em MS

Garagista foi um dos alvos da Operação Lepidosiren, deflagrada em agosto pela Polícia Federal

Ouvir Notícia Pausar Notícia
Compartilhar
(Reprodução, PF)

A Justiça Federal negou a liberdade provisória ao proprietário de uma loja de veículos seminovos no distrito de Ipezal, a cerca de 235 quilômetros de Campo Grande, suspeito de chefiar organização criminosa voltada para o tráfico transnacional de drogas em Mato Grosso do Sul. O homem foi um dos alvos da Operação Lepidosiren, deflagrada em agosto pela Polícia Federal em Ponta Porã. 

O pedido de prisão preventiva foi expedido em 6 de setembro, contudo, o homem se entregou à polícia em 17 de setembro. Ele é suspeito de integrar a associação criminosa, sendo um dos líderes.

Conforme o pedido de prisão preventiva da autoridade policial, há indícios que comprovem o envolvimento do garagista com o tráfico transnacional de drogas e associação criminosa.

A defesa do garagista pediu a substituição da prisão preventiva por medidas cautelares. O Ministério Público Federal, contudo, rebate que o garagista possui um papel fundamental na organização criminosa investigada, uma vez que seria o responsável pela contratação dos motoristas e por agilizar a logística do transporte da droga, recebendo como pagamento diversos veículos, os quais seriam vendidos em sua loja de carros.

O MPF entende, também, que o homem poderá continuar na atuação da organização criminosa caso colocado em liberdade. A Justiça Federal optou por manter a prisão preventiva.

“[Requerente] possui um papel fundamental na suposta organização criminosa; e na data do cumprimento do mandado de busca e apreensão, o investigado empreendeu fuga, sendo cumprido o mandado de prisão apenas em 17/09/2024. Logo, há risco concreto de reiteração delitiva e fuga. Principalmente, quanto a este segundo aspecto, já que, supostamente, entre a colocação do investigado em liberdade e a comunicação a este Juízo do descumprimento do raio do aparelho, a fuga já teria-se efetivado, há muito tempo”, diz trecho da decisão.

Comparsa em liberdade

Já o possível comparsa dele, proprietário de uma loja de móveis em Ivinhema, teve a substituição da prisão preventiva por medidas cautelares. Ele é monitorado pelo uso de tornozeleira eletrônica. Investigações sobre um carregamento de maconha em 2021 ligam ambos os suspeitos.

Além dele, a esposa do dono da loja de carros em Ipezal também é apontada na associação criminosa. Conforme os autos do processo, a mulher recebia altos valores distintos de sua remuneração como professora e realizava transferências de altas quantias para motoristas do tráfico de drogas, “atuando, ao que parece, como agente administrativo do grupo”. Ela está em prisão domiciliar.

Operação Lepidosiren

A Operação Lepidosiren prendeu três suspeitos em Ivinhema e Angélica – municípios a 291 e 323 quilômetros da Capital, respectivamente. Os agentes cumpriram mandados de busca e apreensão, prisão temporária, quebra de sigilo bancário e sequestro de bens. A Justiça Federal de Ponta Porã, a 315 quilômetros de Campo Grande, expediu os pedidos.

A operação tem como objetivo combater associação criminosa envolvida no tráfico transnacional de drogas. No total, a ofensiva cumpriu oito mandados de busca e apreensão e três mandados de prisão temporária nos dois municípios. A Justiça Federal determinou, ainda, o sequestro de pouco mais de R$ 33 milhões do grupo criminoso.

A investigação começou após um flagrante em 8 de julho de 2021 em Ponta Porã. Na ocasião, o trabalho investigativo revelou o grupo criminoso, que seria responsável pela logística e tráfico de drogas. Os policiais apreenderam 3,4 toneladas de maconha na ocorrência.

Conteúdos relacionados

lei seca festa bebida pub