Na quinta-feira (8), foi julgado e negado, por dois votos a um, o pedido de habeas corpus dos dois policiais militares, o sargento da PM Valdeci Alexandre da Silva Ricardo e o cabo da PM Bruno César Malheiros dos Santos, envolvidos na morte do ex-vereador da cidade, Wander da Silva Vital, o Dinho Vital (PP), em maio deste ano, em Anastácio, cidade a 134 km de Campo Grande.

Ex-prefeito de Anastácio, Douglas Figueiredo, do PSDB, alvo da operação do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) que envolve o assassinato, não está preso.

O advogado dos PMs, presos preventivamente, Lucas Rocha, explicou que pretende recorrer e depois seguir para o STJ (Supremo Tribunal de Justiça) para tentar reverter o julgamento, na tentativa de prevalecer o voto vencido que concedia a soltura dos clientes.

“A defesa confia no Poder Judiciário, que continuará a julgar de forma isenta e imparcial, e portanto, recorrerá da decisão para que prevaleça o brilhante, acertado e justo voto vencido, prolatado pelo 1° Vogal, ou seja, continuará batalhando juridicamente pela concessão da liberdade de ambos os Policiais, que agiram no estrito cumprimento do dever legal e cobertos pela legítima defesa, visto que não há dúvidas alguma que a vítima estava portando uma Arma de Uso Restrito (9mm), com capacidade para 18 disparos, alimentada e para pronto uso contra os policiais ou qualquer outra pessoa presente naquela festividade”, argumentou.

Douglas Figueiredo discutiu com ex-vereador antes de execução

Dinho Vital seria candidato nas eleições de 2024 (Foto: Reprodução, Facebook)

Recém-chegado ao PSDB em março deste ano, Douglas voltou aos holofotes depois de se envolver em uma discussão com Wander da Silva Vital, o Dinho Vital, ex-vereador da cidade e atualmente filiado ao PP. Depois da confusão em uma festa de comemoração aos 59 anos de Anastácio, Dinho acabou morto por policiais militares em um suposto confronto.

Inicialmente, o caso foi registrado pela Polícia Militar como morte decorrente de confronto policial, mas conflito de versões levantou suspeita de execução.

A assessoria de imprensa de Douglas Figueiredo confirmou ao Jornal Midiamax que ele foi alvo de busca e apreensão.

A Polícia Militar ainda não se manifestou sobre as buscas contra os PMs, que foram afastados da corporação nesta quinta-feira.

Preso em flagrante com pistola e carabinas

Durante operação do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado), que investiga a morte do ex-vereador Dinho Vital, em um suposto confronto com a PM após uma festa na cidade. Douglas foi preso em flagrante com uma pistola em casa, além de duas carabinas.

Quando os agentes cumpriram os mandados de busca e apreensão, encontraram duas carabinas, uma de calibre .38 e outra .22, sem numeração e marca aparente. Além de uma pistola 9mm, com um carregador e 14 munições. O armamento estava escondido em móveis dentro da casa de Douglas.

Dessa forma, ele acabou preso e levado para a delegacia de polícia.

Ele foi solto após pagar fiança de R$ 15 mil.

Policiais eram seguranças de ex-prefeito, dizem testemunhas

Relatos de testemunhas que participaram da festa em comemoração aos 59 anos da cidade são de que o sargento Valdeci Alexandre da Silva Ricardo e o cabo Bruno Cesar Malheiros dos Santos acompanhavam, armados, o ex-prefeito Douglas Figueiredo desde a hora que ele chegou até o momento que deixou o local.

“Tempo todo estava com os seguranças dele, onde ia levava esses dois”, relatou um político ouvido pelo Jornal Midiamax, que estava no evento e preferiu não se identificar, por medo.

Boletim de ocorrência do caso foi registrado como ‘homicídio decorrente de oposição a intervenção policial’, ou seja, confronto com a polícia. Porém, a Corregedoria da PM abriu procedimento para apurar o envolvimento dos dois PMs envolvidos.

Valdeci (esquerda) e Bruno seriam capangas do ex-prefeito Douglas Figueiredo; defesa nega (Montagem, reprodução)