Justiça marca primeira audiência de assassino de Amalha para início de outubro

Fabiano Garcia Sanches foi denunciado por ocultação de cadáver e latrocínio pelo MPMS em julho

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Fabiano Garcia Sanches, assassino confesso de corretora, em depoimento. (Reprodução)

A Justiça marcou a primeira audiência de Fabiano Garcia Sanches, denunciado por latrocínio e ocultação de cadáver da corretora Amalha Cristina Mariano Garcia, para o dia 8 de outubro. O assassinato ocorreu no dia 21 de maio de 2024 e a vítima teve o corpo jogado em um terreno baldio na região do porto seco, no bairro Jardim Los Angeles, em Campo Grande. O criminoso foi preso pelo Batalhão de Choque três dias após o crime.

Segundo informações do processo, a denúncia do MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) foi aceita no último mês de agosto, e assim, Fabiano tornou-se réu pelos crimes de latrocínio e ocultação de cadáver. A defesa, em contrapartida, apresentou pedido de liberdade provisória, mas recebeu negativa. Quando na última terça-feira (10), a magistratura marcou a primeira audiência de instrução e julgamento de Fabiano, que ocorrerá no próximo dia 8 de outubro.

Ainda conforme o processo, o juiz Roberto Ferreira Filho determinou que o réu participe da audiência de forma presencial e as testemunhas que sejam agentes de segurança participem de maneira virtual.

Relembre o caso

Após ser preso, Fabiano disse que conhecia a corretora pelo trabalho dela. Ele contou que atraiu Amalha para a Rua Socorro em uma casa, onde tentou negociar com ela o golpe do falso seguro, mas ela não aceitou e então os dois se desentenderam. Com isso, Fabiano começou a agredir a corretora e depois colocou ela no banco de trás do Jeep Renegade – carro da vítima que desapareceu após o crime, mas foi encontrado dias depois

Após colocar a corretora no veículo, o homem a levou para a rodovia, na região do Jardim Los Angeles, e ao notar que ela ainda estava viva, Fabiano decidiu colocá-la no porta-malas e levá-la para as redondezas do Terminal Intermodal de Cargas – Porto Seco, onde a matou usando pau e pedras. 

Após o assassinato, o homem arrastou o corpo de Amalha por cerca de 10 metros para o meio do matagal, às margens da MS-455. 

Assassino de Amalha nega ter planejado o crime e diz que houve ‘sequência de erros’

Fabiano Garcia Sanches negou ter planejado o crime e disse que houve uma ‘sequência de erros’. O depoimento dele durou cerca de 51 minutos, no qual detalhou como ocorreu o crime naquela terça-feira, 21 de maio.

Inicialmente, ele havia contado que matou a corretora por ela não aceitar a participar do golpe do falso seguro; Porém, as investigações negaram esse fato. Em depoimento, Fabiano contou que conheceu Amalha em dezembro do ano passado em um site de compra e venda de imóveis. Na época, a mãe dele, residente em Ponta Porã, que estava procurando casa para comprar.

Questionado sobre o que aconteceu naquela terça-feira, Fabiano contou que um dia antes, ambos haviam combinado de se encontrar, até então na empresa onde ele trabalhava, mas não deu certo pela distância, então ficou combinado para o dia seguinte na residência dele às 12 horas.

(Reprodução, Batalhão de Choque)

Na hora que estavam na casa de Fabiano, ela aparentava estar nervosa e ficava o tempo todo no telefone no lado de fora da casa, segundo ele. Em determinado momento, ele a questionou se iria ajudá-lo e ela apenas reclamou o fato dele ser casado e não tê-la informado.

Em seguida, Fabiano teria rebatido dizendo que os dois não tinham nada e que tinha chamado Amalha ao local para falar sobre outra coisa. “Aí ela falou ‘eu não vou te ajudar, porque você é desses que só vem atrás quando precisa de dinheiro e eu vou falar com a sua mulher porque vou acabar com tudo’ e começamos a discutir. E aí ela falou ‘eu vou embora e vou atrás da sua mulher’. E saiu para ir em direção do portão e eu falei ‘você não vai’ e puxei ela”.

Ele alega que em seguida ela avançou nele e ele a empurrou, momento em que ela caiu em um banco de madeira. Amalha então levantou e voltou a tentar agredir Fabiano, momento em que ele a empurrou e ela bateu a cabeça em uma quina da parede, iniciando um sangramento.

Local onde corretora foi encontrada morta. (Henrique Arakaki, Jornal Midiamax)

Assassinato da corretora

  • No dia 21, Amalha comentou com amigas da corretora onde trabalhava que iria sair por volta das 12h29 para receber uma dívida de R$ 20 mil de um ex-paquera.
  • A corretora saiu em seu Jeep Renegade, de cor branca, que sumiu após o corpo de Amalha ser encontrado no meio de um matagal, com as roupas em desalinho.
  • Já no dia 22, um ex-paquera de Amalha foi detido e encaminhado para a delegacia de Ponta Porã, onde foi ouvido e liberado. Isso porque, conforme a delegada Analu Lacerda, não havia evidências de que o homem estaria envolvido na morte da corretora.
  • Outras testemunhas também foram ouvidas pela Polícia Civil.
  • Já na quinta (23), o Jeep Renegade foi encontrado no Indubrasil abandonado em um terreno baldio, ao lado de uma casa, e dois homens foram levados para a Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher).
  • Um dos homens foi levado como testemunha e o outro como suspeito, sendo que foram ouvidos e liberados. Um deles tem passagens por ameaça e violência doméstica.
  • Em depoimento, os homens disseram que o Jeep ‘apareceu’ no local e que não viram quem teria deixado o carro no terreno.

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