O grupo, composto por quatro homens, de 23, 25, 31 e 49 anos, e uma mulher de 37 anos, teve a prisão mantida durante audiência de custódia nesta segunda-feira (5). Eles foram flagrados com 4 drones, drogas e pelo menos 9 aparelhos celulares que seriam lançados para dentro do Presídio de Segurança Máxima, no Jardim Noroeste, em Campo Grande.

Entendo necessária a conversão da prisão em flagrante em prisão preventiva, considerando a quantidade de pessoas que foram presas nesse flagrante, a indicação de que haveria uma associação para o cometimento de crimes bastante graves, bem como a necessidade de apuração, identificação da conduta de cada uma dessas pessoas que foi presa. Desse modo, para que haja a aplicação da lei penal conforme a prática de cada uma dessas pessoas, converto a prisão em flagrante em prisão preventiva.

Um dos envolvidos, 31 anos, nega que tinha intenção de traficar drogas. Ele tem passagens por roubo e receptação. Ele disse que conhecia um rapaz que lhe ofereceu R$ 150, um celular e uma mochila que deveria deixar na casa de um homem conhecido como ‘Faixa Rosa’. Segundo o relato, ele só viu o que tinha na mochila quando chegou em casa. Ainda disse que era para ter entregue na sexta-feira, mas acabou levando só na noite de sábado (3).

No celular, recebeu várias ligações de pessoas que estavam presas, querendo saber a situação da entrega. Naquela noite, solicitou um motorista de aplicativo. Porém, como não sabia ao certo a localização, ligou para ‘Faixa Rosa’ e pediu que fosse até o veículo, quando acabou sendo surpreendido pelos policiais.

Já o homem de 49 anos disse que é usuário de cocaína e trabalha como pedreiro. Ele tem passagens por roubo e furto. Sobre o crime, exerceu o direito de ficar em silêncio.

A mulher, de 37 anos, alegou que é usuária de drogas e está grávida de dois meses. Ela tem um filho, de 15 anos, que está internado na Unei. Afirmou também que faz bicos como auxiliar de cozinha. Sobre o crime, negou traficar drogas. Conforme o relato dela, apenas acompanhou seu amigo que levava uma mochila no endereço, foram de motorista de aplicativo e, como não estavam achando o endereço, pararam na esquina e acabaram abordados pelos policiais. Relatou ainda que não sabia o que tinha na mochila.

Já o rapaz, de 23 anos, morador da casa onde ocorreu o flagrante, tem passagens por porte de arma e furto. Ele também negou o tráfico de drogas. Disse que os drones e aparelhos telefônicos encontrados na casa, haviam sido comprados por ele, porém nenhum tinha nota fiscal. 

Confessou que comprou os drones para ‘tacar pombos’, enviar celulares para ao presídio a mando de uma pessoa conhecida como Edi. Afirmou ainda que tem uma dívida, mas não lembra o valor e estava sendo ameaçado para quitar, por isso aceitou a proposta – além de quitar, ganharia R$ 500.

Segundo o relato, esta é a primeira vez que participa de tentativa de enviar celulares para o presídio. Contou que não conhece os outros envolvidos e todos foram pegos do lado de fora de sua casa. Alegou estar arrependido e ter praticado ato por desespero por estar sendo ameaçado.

O rapaz de 25 anos afirmou que é jardineiro. Ele tem passagem por homicídio e negou o tráfico de drogas. Disse ainda que um amigo lhe ofereceu R$ 100 para entregar dois aparelhos celular na casa no jardim Noroeste. Assim que chegou ao local se deparou com policiais. Disse que não conhece nenhum dos envolvidos e que não teve apreensão de drogas com ele, apenas os celulares.

Flagrante

Segundo o Batalhão de Choque, há registros de chamados em vários dias, relatando que drones estavam sobrevoando o presídio e jogando alguns objetos.

Em certo momento da ronda, foi avistado um indivíduo em frente a uma residência com uma mochila. O homem, assim que viu a viatura da polícia, tentou correr para dentro da casa, mas foi abordado. Em revista pessoal e na mochila foram encontrados um drone e uma porção de droga.

Durante a abordagem, os outros integrantes passaram a chegar com mais equipamentos.