Júri afasta qualificadoras e homem que tentou matar dono de conveniência esfaqueado é condenado a 4 anos

Crime aconteceu em março de 2021, na Vila Romana, em Campo Grande

Lívia Bezerra – 04/09/2024 – 13:42

Ouvir Notícia Pausar Notícia
Compartilhar
Lucas Fernando Zanatta, de 28 anos, abriu os julgamentos populares de setembro – (Foto: Victória Bissaco)

O Tribunal do Júri afastou as qualificadoras e condenou Lucas Fernando Zanatta a 4 anos de reclusão no regime semiaberto nesta quarta-feira (4). Ele foi condenado por tentar matar o dono de uma conveniência esfaqueado, na Rua Maximian, no Loteamento Paravá, na Vila Romana, em Campo Grande. 

A vítima foi esfaqueada por conta de uma vodka de R$ 12. O autor foi até o local com a esposa para comprar bebida alcoólica e cigarro, após a compra, o autor desistiu de uma vodka, mas a devolução foi negada pela vítima. Lucas então com uma faca golpeou a vítima na cabeça

Durante o julgamento, a vítima disse aos jurados que, mais de dois anos após o crime, ainda não entende o porquê foi esfaqueado. 

Após a sessão, presidida pelo Juiz Aluizio Pereira dos Santos, o Conselho de Sentença classificou o crime como lesão corporal gravíssima e condenou Lucas a 4 anos e 8 meses de reclusão no regime semiaberto. 

O Júri também condenou o autor a indenização mínima à vítima por danos morais, no valor de R$ 5 mil, a serem corrigidos monetariamente desde a data desta decisão, e com juros de mora de 1% ao mês, contados da data do crime.

Julgamento

Segundo depoimento da vítima, Lucas o esfaqueou pela grade de proteção da conveniência, enquanto passava a compra da esposa do acusado – a vodka, cerveja e cigarro.

A primeira facada atingiu a cabeça do homem, que, então, abriu a grade de proteção e tentou ir até o carro, momento em que foi surpreendido com mais duas facadas na cabeça e no pescoço. A vítima conseguiu entrar no carro e dirigir cerca de 350 metros até a unidade de saúde, onde passou por cirurgia para sutura dos ferimentos.

Antes da confusão, conforme a vítima, o réu teria o abordado e questionado se ele era o “neguinho do Fiesta”. “Eu tenho um Fiesta, mas não esse apelido”, relata.

O proprietário da conveniência perdeu a sensibilidade do lado esquerdo do rosto, bem como cabeça e orelha. “Também fiquei cerca de 1 mês sem trabalhar, porque tive infecção em um dos pontos e precisava ir todos os dias drenar o pus”, afirma.

“Não tive intenção”

Lucas Zanatta contou uma versão diferente dos fatos. O réu afirma que foi até a conveniência com a esposa e que ele pediu para ela devolver a bebida alcoólica e trocar por cigarro, mas o proprietário teria recusado. “Disse que aquilo não ia me deixar nem mais rico, nem mais pobre e ia sair de lá, mas ele me deu um soco no rosto”, afirma.

O cliente diz ter se afastado da grade de proteção para ir embora, momento em que escutou a porta da conveniência abrindo e viu o proprietário correr atrás dele para continuar as agressões. “Eu estava com uma faca na cintura e aconteceu o que aconteceu”, relata. A faca seria para proteção porque, segundo relato do réu, “tinha muito roubo de celular na vila, muito noia”.

Conteúdos relacionados