Golpe do pneu: Dono de loja é indiciado por associação criminosa e estelionato em Campo Grande

Dono de loja ainda foi indiciado por difamação contra delegada

Ouvir Notícia Pausar Notícia
Compartilhar
Golpe cobrava a mais de clientes que tentavam trocar pneus (Foto: Freepik)

O dono de uma rede de lojas de venda de pneus que foi preso em março deste ano, após aplicar golpes na venda de pneus, em Campo Grande, foi indiciado por associação criminosa, estelionato e difamação, contra uma delegada.

O indiciamento aconteceu em outubro deste ano. Conforme o inquérito do delegado Giuliano de Biaccio, “Frisa-se que os procedimentos foram realizados na modalidade indireta (fls. 253/270) em atenção aos princípios da economia e celeridade processuais, perfeitamente aplicáveis em sede investigatória, já que os investigados já foram ouvidos e deram sua versão dos fatos de forma pormenorizada, todos acompanhados de advogado, não havendo prejuízo, em última análise, ao exercício da ampla defesa”.

“Além da prática dos crimes de estelionato, apropriação indébita e associação criminosa robustamente comprovados, o investigado também praticou o crime de difamação contra funcionário público no exercício de suas funções, porquanto na data de 06/03/2024 concedeu entrevista a um jornal e afirmou que a Delegada de Polícia JOILCE SILVEIRA RAMOS – responsável por sua autuação em flagrante: ‘Essa delegada é uma mentirosa e eu vou provar isso’”.

Delegada também foi vítima de golpe

A delegada de Polícia Civil, Joilce Ramos, também foi vítima do dono da oficina que aplicava golpes em clientes em Campo Grande. Ela contou ao Jornal Midiamax que tentaram cobrar R$ 2.500 em serviços ‘extras’ dela. 

Joilce disse que levou o carro à oficina em meados do ano passado para fazer a troca de pneus e fez alinhamento nos quatro aros, o que deu R$ 1 mil, mas, de acordo com a delegada, a oficina queria cobrar um serviço de cambagem de mais R$ 2,5 mil.

Ela disse que não aceitou o serviço e acabou discutindo dentro do estabelecimento, sendo que os funcionários não queriam descer o carro dela do ‘elevador’ e nem recolocar as rodas no veículo. “Tive de me apresentar como delegada para descerem meu carro”, falou Joilce, que lembra da cena constrangedora na oficina.

“Ficaram quase meia hora tentando me convencer do serviço. Um absurdo”, disse a delegada. 

Dono da oficina preso

O dono de uma oficina mecânica, de 62 anos, foi preso pela polícia no dia 4 de março, após um desentendimento com uma cliente, de 46 anos, em seu estabelecimento no bairro Vilas Boas, em Campo Grande

A polícia foi acionada para atender a uma ocorrência de estelionato no estabelecimento. Ao chegar ao local, a vítima – acompanhada de advogada – informou que deixou seu carro para que fosse realizada troca de pneus, quando, em certo momento, houve um desentendimento comercial. 

As autoridades policiais verificaram o veículo e constataram que o mesmo estava com registro de busca e apreensão. Por isso, ele foi levado para a Defurv (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes de Furtos e Roubos de Veículos).

Enquanto a equipe aguardava o guincho, o proprietário da oficina, alterado, tentou coagir a equipe dizendo que faria contato com um suposto coronel. Ele teria sido relutante em permitir a remoção do carro de forma pacífica.

Segundo apurado pela reportagem do Jornal Midiamax, o estabelecimento aplicava golpes em seus clientes há algum tempo. Centenas de consumidores relataram no site Reclame Aqui que era cobrado de R$ 3 mil a R$ 4 mil a mais para realizar a troca de pneus.

O cliente deixava o carro e saía do local para aguardar o conserto. Contudo, ao retornar para buscar o veículo, os funcionários alegavam que teria desempenado a roda e trocado amortecedor, por isso, a pessoa teria que pagar pelo serviço realizado. 

Diante dos fatos, o dono do estabelecimento foi preso e levado para a Depac-Cepol, onde prestou esclarecimentos. 

Conteúdos relacionados