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Polícia

Frete seguro: Trio de quadrilha que transportava cocaína em viaturas da polícia tem liberdade negada 

Policiais ‘alugavam’ viatura por R$ 80 mil para o transporte de cocaína
Thatiana Melo -
(Reprodução processo)

O trio Rodney Gonçalves Medina, Ademar Almeida Ribas e Adriano Diogo Veríssimo teve a liberdade negada pela Justiça, nesta segunda-feira (14). Eles estão presos desde março, quando foi deflagrada a Operação Snow, contra uma quadrilha que usava viaturas da polícia para transportar cocaína.

O pedido foi negado pelo desembargador Luiz Cláudio Bonassini da Silva, tendo sua publicação no Diário da Justiça desta segunda-feira (14). “Embora a defesa tenha argumentado sobre o tempo excessivo, a complexidade do caso, que envolve múltiplos réus e diversas investigações, justifica a continuidade da preventiva”, diz parte da decisão.

Os advogados de defesa do trio alegaram constrangimento ilegal devido ao excesso de prazo na instrução criminal.

Viaturas eram alugadas por R$ 80 mil para o transporte da cocaína

As cargas de cocaína que eram transportadas pelos policiais civis Hugo César Benites e Anderson César dos Santos Gomes, de Ponta Porã para Campo Grande, eram desviadas de apreensões feitas pela PRF (Polícia Rodoviária Federal) e da Polícia Civil. Cada investigador chegava a receber cerca de R$ 80 mil por transporte do entorpecente.

Hugo César Benites estava no Paraguai quando foi deflagrada a Operação Snow, no dia 26 de março deste ano. O investigador se entregou para não ser expulso do país vizinho. Anderson César já estava preso depois de ser flagrado transportando cocaína para o grupo, que, segundo o (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado), é altamente articulado e estruturado com logística sofisticada e divisão de tarefas delineadas. 

Os policiais cooptados pela organização criminosa chegaram a receber, em 21 meses de ‘trabalhos’ para o grupo, o valor de R$ 960 mil, sendo R$ 480 mil para cada um. Ou seja, por transporte, eles chegavam a receber R$ 80 mil.

Investigações 

As investigações revelaram que em uma incineração de drogas feita em , nos dias 3 e 4 de maio de 2023, parte da cocaína foi apreendida pela (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes de Fronteira). O invólucro da cocaína incinerada era o mesmo que os policiais civis descarregaram na casa no Jardim Pênfigo, em Campo Grande, no dia 4 de maio. 

Dessa forma, no dia 4 de maio, a viatura de Ponta Porã com os policiais passou pelo posto da PRF (Polícia Rodoviária Federal) por volta das 3h08, em Dourados, e às 6h26 no posto de . Após descarregar a droga em Campo Grande, os policiais fizeram o caminho de volta, chegando a Ponta Porã por volta das 18h17.

Equipes do Batalhão de Choque chegaram a ir até a casa na Rua Retiro Novo, mas parte da quadrilha já tinha ido embora com a carga de cocaína, que foi carregada em um Ford Fiesta, de cor vermelha. 

Conforme denúncia do Gaeco, Anderson tem patrimônio milionário incompatível com sua renda. Anderson César dos Santos é investigador de 1º classe e recebe cerca de R$ 9 mil de remuneração. Segundo o Gaeco, o policial tem uma casa em um bairro de luxo em Ponta Porã, avaliada em cerca de R$ 2 milhões, além de uma caminhonete Amarok avaliada em R$ 160 mil. 

A esposa do policial é professora da rede estadual da cidade e recebe cerca de R$ 2 mil, mas tem um Jeep Compass avaliado em R$ 246 mil. O casal ainda tem uma filha, professora convidada da rede estadual, com dois veículos em seu nome, no total de R$ 108 mil. 

No final de 2022, o policial foi denunciado pela Polícia Federal por patrimônio incompatível com sua renda. Segundo trecho da denúncia, “têm padrão de vida, a priori, incompatível com a renda lícita por eles recebida”, informando ainda que há “indícios de incompatibilidade dos rendimentos lícitos auferidos pelo policial Anderson”. Anderson já tinha sido preso em setembro de 2023 com uma carga de cocaína avaliada em R$ 40 milhões.

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