‘Foi por medo dele’: em julgamento, dupla tenta justificar execução no Aero Rancho 

Réus alegam que vítima intimidava moradores e queria ser ‘dono da comunidade’

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Eryson de camisa, cor branca, e Lucas ao lado, durante julgamento. (Alicce Rodrigues, Midiamax)

Eryson Breno Souza Vasques e Lucas Vinicius Martins da Silva são julgados nesta sexta-feira (5) pelo assassinato de Alexandre Pereira Marimoto, de 19 anos, em agosto de 2022, no bairro Aero Rancho, em Campo Grande.

No Tribunal do Júri, os réus foram aconselhados pela defesa a responder apenas às perguntas da própria defesa. Dessa forma, os dois justificaram terem cometido o crime por medo da vítima. “Queria ser o dono da comunidade”, descreveram a vítima.

Local onde Alexandre foi morto a tiros. (Nathalia Alcântara, Midiamax)

Lucas afirmou que a rixa com a vítima começou após ele tentar separar uma briga de Alexandre com um colega em uma tabacaria da região. 

Após esse fato, passou a receber ameaças da vítima, que exigia uma arma de fogo pela rua e ameaçava também sua família, segundo ele.

Com medo, disse que combinou com Eryson de ir e conversar com o pai de Alexandre, que também seria conhecido por homicídios na região, para tentar apaziguar.

Ao chegarem no local, segundo relato de Eryson, Alexandre estava sentado com o pai quando levantaram e o pai colocou a mão na cintura. “Naquele momento, por medo, no desespero, eu pulei da moto e fui pra cima do Alexandre”, disse.

O relato dos dois diverge em alguns detalhes, como por exemplo, Lucas diz que resolveram ir conversar com o pai de Alexandre, enquanto Eryson diz que os dois foram chamados por pai e filho para conversarem. 

Vídeo abaixo mostra a execução de Alexandre no dia 24 de agosto de 2022 na Rua Gerbera.

Terceiro envolvido

Também é réu do caso Janio Vinicius Bueno dos Santos, porém ele teve o processo desmembrado por ter sofrido um atentado.

Janio é quem deu fuga aos autores do assassinato após eles abandonarem a motocicleta usada no crime no Jardim Centenário. Janio buscou a dupla em um veículo Polo, de cor prata, e ainda escondeu a arma de fogo enterrada na casa da avó.

A polícia já conhecia Jânio por outros crimes. Ele era dono do veículo e com isso conseguiram mandado de busca na residência dele. Depois de preso, ele confessou que escondeu a arma e indicou o local, revelando ainda quem eram os autores do assassinato. 

Execução de André

A dupla ainda afirmou durante julgamento que Alexandre teria assassinado André Luiz Prado de Moraes, de 21 anos, no mesmo mês, dias antes.

Apesar de Lucas afirmar não saber o real motivo, Eryson contou que como Alexandre era alterado e agressivo, disse que André estava passando pela rua, quando Alexandre disse que ia testar o revólver. “E testou no André”, disse.

André Luiz voltava para casa, no bairro Guanandi, quando ocorreu o crime. Ele tinha ido visitar o irmão e, por volta das 22h30, caminhava pela Rua Presidente Tancredo Neves, voltando para casa. Na esquina com a Rua Caladio, a vítima foi surpreendida por ‘Pipa’, que estava com um revólver niquelado.

Ele foi para cima de André fazendo os disparos, sendo que um deles atingiu o tórax do jovem. André foi socorrido para a unidade de saúde da região, mas não resistiu aos ferimentos e morreu.

Um dos moradores da região contou ao Jornal Midiamax que Alexandre sempre arrumava confusão com todos na região, e que ficava nas esquinas exibindo o revólver para mostrar que era ‘machão’. Outro morador contou que André era gesseiro e um rapaz muito trabalhador. Ele deixou dois filhos.

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