A operação da SIG (Seção de Investigações Gerais) e do Núcleo Regional de Inteligência da delegacia de Dourados, que prendeu a mulher acusada de matar oficial de justiça aposentado Gesualdo Xavier de Oliveira, de 67 anos, apurou durante as investigações que o filho do idoso desconfiou de conversas que teve com o pai através de aplicativo de mensagem na tarde de segunda-feira (22).

À polícia, o filho contou que o pai saiu de casa na segunda-feira após às 12h, com destino a Campo Grande, para tratar da compra de imóveis com a autora, que também mora em Dourados. 

Ele disse que o pai estava em um Ford Ka, preto. Disse ainda que tentou falar com o pai várias vezes naquela tarde e em certo momento recebeu uma mensagem via WhatsApp que dizia: “Estou dirigindo indo para CG”.

Porém, a mensagem causou estranheza ao filho, já que não era o estilo habitual de comunicação do pai. 

Após o crime, a polícia encontrou a autora e a entrevistou. De início ela apresentou várias versões e contradições no depoimento. 

Carro da vítima (Divulgação, PCMS)

Ainda no decorrer das investigações, policiais conseguiram imagens do distrito Vila Vargas e informações da PRF (Polícia Rodoviária Federal) e da CCR MSVia.

Essas filmagens indicaram a presença de um cadáver às margens da BR-163 no KM 293 e o corpo foi encontrado parcialmente queimado. 

Na casa da suspeita os policiais encontraram uma mochila com uma corrente de ouro da vítima, celular, chave do veículo, documentos e roupas ensanguentadas. 

Já o carro estava abandonado próximo a um hospital, sem placas e com vestígios de sangue. Isso indica, segundo a polícia, que o crime ocorreu dentro do veículo. 

Também conforme a polícia, a mulher acabou confessando o crime, mas depois se recusou a dar mais detalhes. 

Ela demonstrou indiferença e sarcasmo ao ser confrontada com os elementos encontrados.

Premeditado

De acordo com o delegado Erasmo Cubas, a mulher mantinha um tipo de relacionamento e estaria ‘ludibriando’ o oficial oferecendo imóveis em Campo Grande, que seriam dela, para que ele adquirisse. Assim, foram descobertas várias conversas entre os dois em que discutem as transações comerciais.

Ainda de acordo com o delegado, o oficial teria permitido que ela negociasse uma caminhonete S10 que ele tinha, acreditando que com o dinheiro da venda do veículo compraria o imóvel da autora. Erasmo revelou que a mulher vendeu a caminhonete em uma loja em Campo Grande.

Pela negociação, ela recebeu R$ 84 mil em sua conta e não repassou ao oficial que a estava pressionando. Por isso, a autora teria premeditado o crime para se livrar das pressões da vítima. Com isto, ela fingiu uma viagem para Campo Grande para mostrar o imóvel.

Mas, na estrada, a mulher matou o oficial de Justiça com dois golpes de faca, sendo um do lado direito e outro na jugular. A faca usada estava dentro do carro. Após isto, ela retirou o corpo do oficial de Justiça do carro e ateou fogo no veículo com álcool que também estava no interior do carro.

Logo após o assassinato, ela voltou a sua conveniência apagando as imagens de câmeras de segurança. Ela ainda guardou a corrente de ouro do oficial, assim como seu celular e carteira com cartões bancários. 

Quando presa, ela não demonstrou remorso, e segundo o delegado se mostrou fria e tranquila. Foi feito o pedido de prisão preventiva.