Filho de deputado assassinado na fronteira com MS é denunciado por tráfico de drogas e lavagem de dinheiro

Alexandre Rodrigues Gomes está preso na penitenciária de Itapuá

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Alexandre foi preso no dia do assassinato pai (Foto: reprodução, Polícia Nacional)

O Ministério Público do Paraguai acusou Alexandre Rodrigues Gomes, filho do deputado colorado assassinado Eulálio Lalo Gomes, por lavagem de dinheiro do tráfico internacional de drogas e outros. Ele foi preso no mesmo dia em que seu pai supostamente teria trocado tiros com a polícia.

Os procuradores da Unidade Especializada de Combate ao Tráfico de Drogas e ao Crime Organizado, Osmar Segovia, Ingrid Cubilla e Elva Cáceres, indiciaram Alexandre de posse não autorizada de entorpecentes, tráfico internacional de drogas, associação criminosa e lavagem de dinheiro.

Segundo o MP paraguaio a acusação é feita no âmbito da operação Peacock, após conversas extraídas e obtidas da aplicação de mensagens SKY ECC, que foi interceptada pela polícia francesa em 2021, no âmbito de uma operação internacional coordenada de combate ao crime organizado.

A denúncia foi fundamentada a parir de provas fornecidas pelas autoridades europeias que permitiram identificar e desmantelar redes criminosas que operavam na Europa, Ásia e América Latina, conforme publicação do site última Hora.

Parte desses dados foi compartilhada com a unidade de inteligência interveniente, considerando a possível ligação do usuário da PIN do LQEJGF com uma suposta organização criminosa dedicada ao tráfico ilícito de entorpecentes que atuaria em território paraguaio.

O envolvimento do filho do deputado paraguaio foi obtido através de uma análise técnica dos dados gerados na referida plataforma, feita por peritos em informática da Polícia Nacional.

As informações obtidas indicariam que Rodrigues Gomes faria parte de uma organização criminosa transnacional, que seria composta por cidadãos de nacionalidade paraguaia, brasileira e boliviana, que atuariam principalmente em território nacional, especificamente nas cidades fronteiriças do Departamento de Amambay.

Segundo o Ministério Público, o modus operandi da organização teria consistido no envio sistemático para o Brasil de entorpecentes, anteriormente adquiridos na Bolívia, referentes a cocaína e pasta base.

Essas operações teriam incluído a recepção de aeronaves daquele país, carregadas de pasta base e cocaína, que pousaram em pistas supostamente clandestinas localizadas em estabelecimentos rurais estrategicamente localizados no Departamento de Amambay.

Posteriormente, essas substâncias ilícitas teriam sido transferidas para o território brasileiro por diversos meios de transporte.

Os investigadores presumem que Rodrigues Gomes desempenhou um papel ativo dentro da organização criminosa e teria participado em múltiplos eventos de tráfico ilícito de substâncias.

Além disso, ocuparia uma posição hierárquica superior dentro da estrutura, uma vez que não só teria participado na execução de operações de tráfico, mas também teria financiado essas atividades, o que consolidaria a hipótese sobre o seu papel como líder.

Alexandre Rodrigues Gomes está detido no presídio Cereso (Centro de Reabilitação Social de Itapúa) após ter sido inicialmente acusado de suposta lavagem de dinheiro e associação criminosa.