Ex-miss apontada como membro de quadrilha que usava pessoas em situação de rua para estelionato é indiciada

Quadrilha usava dados de pessoas em situação de rua para a compra de celulares e revenda em Campo Grande

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A ex-miss de Mato Grosso do Sul, Rebeca Viana, apontada como membro de uma associação criminosa que usava dados de pessoas em situação de rua e usuários de drogas para a compra de celulares e revenda em Campo Grande, foi indiciada por estelionato após investigações da Polícia Civil.

As investigações começaram em setembro de 2023, com a denúncia de uma das vítimas à Polícia Civil. Três membros da quadrilha – os cabeças – saíram do Estado, no intuito de dificultar as investigações. Foram várias tentativas de encontrar Rebeca, que acabou sendo notificada por carta precatória, para que fosse ouvida por videoconferência.

Mas, a polícia não conseguiu contato com a ex-miss que acabou sendo indiciada por estelionato. A ex-miss teria como último paradeiro o estado de Santa Catarina, na cidade de Balneário Camboriú. Rebeca acabou sendo indiciada por estelionato há 1 mês.

Todos os envolvidos foram ouvidos na Decon (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Contra as Relações de Consumo). Os funcionários da loja de departamentos que participaram do esquema foram demitidos.

O Jornal Midiamax tentou falar com a ex-miss, Rebeca Viana, através de mensagens, mas até a publicação da matéria não conseguimos contato. O espaço segue aberto para futuras manifestações. 

Operação Online

A denúncia foi feita em setembro do ano passado, e se deu depois que um homem recebeu a indicação para comprar um iPhone com a ex-miss que comercializava os aparelhos. Várias vítimas compraram aparelhos com ela, sendo que, em uma das ocasiões, uma pessoa foi ameaçada com um revólver. Os celulares eram enviados até pelos Correios pela quadrilha para outras cidades do Estado.

Os celulares eram comercializados de R$ 3.900 a R$ 6 mil, e sem nota fiscal, apenas uma garantia de 12 meses era repassada ao comprador. Quando policiais da Decon (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Contra as Relações de Consumo) tomaram conhecimento dos fatos, foi deflagrada a ‘Operação Online’.

Durante as investigações e operações, descobriu-se que a loja que fazia a revenda dos celulares não tinha alvará e que o local era disputado entre grupos que dominam o contrabando na região central da cidade. 

Da loja clandestina foram apreendidos R$ 50 mil em celulares importados, 766 capinhas de celulares no valor de R$ 19 mil, além de cabos de celulares, 26 fones e caixas de som.

Pessoas em situação de rua e celulares

O modus operandi da quadrilha era sair às ruas de Campo Grande para encontrar pessoas em situação de rua e usuários de drogas. As pessoas eram cooptadas. Sem restrições no nome, as pessoas eram levadas até uma loja de departamento da cidade, onde eram abertos crediários. 

Com isto, os membros da quadrilha compravam celulares iPhone parcelados e revendiam os aparelhos. A entrada do aparelho era paga, mas as outras parcelas não eram pagas, e assim, os estelionatários conseguiam seus lucros com as revendas dos celulares. 

A quadrilha estava agindo há pelo menos 1 ano e meio. Três funcionários da loja de departamentos, entres eles o gerente, estavam envolvidos na trama, sendo que foram demitidos. A demissão se deu depois do alto número de inadimplência nas vendas dos funcionários, segundo informações.

No dia 10 de junho deste ano, um dos funcionários demitidos acabou preso por equipes da Decon. Contra ele, havia um mandado de prisão em aberto por violência doméstica.

Um dos funcionários da loja de departamentos teria vendido 18 aparelhos, segundo as investigações. Os outros funcionários cooptados pela quadrilha alegaram não saber do crime e não foram detidos. Mas, prestaram depoimento na delegacia.  

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