‘Ouvi o último gemido’, lamenta amigo que falava com Magno durante assassinato no Colúmbia

Amigo lembrou que vítima estava sendo ameaçada por ciganos após acidente com morte no ano passado

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“Não sai da minha cabeça”, disse o amigo de Magnos Edgar Bratz, morto a tiros na manhã de segunda-feira (8), no Jardim Colúmbia, em Campo Grande. O amigo falava com a vítima ao telefone quando escutou os disparos. “Escutei o último gemido”.

Os dois eram amigos há 4 anos, eram caminhoneiros e viajavam juntos. O amigo abriu um lava-jato em Campo Grande e Magnos sempre levava o caminhão lá. 

“A gente conversava bastante, era um amigo mesmo, dava apoio, ligava para saber se estava tudo bem. Era parceiro”, lembra. 

O comerciante explica que antes Magnos chegou a relatar que estava sofrendo ameaças de ciganos por conta de um acidente que se envolveu. “Mas eu não perguntava muito sobre isso, só dizia para ele tomar cuidado”, lembrou.

Momentos antes do crime, Magnos ligou para o amigo pedindo ajuda com a caminhonete que havia estragado. “Ele me ligou porque eu também tenho uma caminhonete, me perguntou se eu tinha uma chave para bombear o óleo, mas indiquei outra coisa e ele iria tentar”. 

Nesse momento, o amigo conta que escutou quando uma pessoa chegou e perguntou para Magnos onde ficava o bairro Nova Lima. A vítima respondeu que era só seguir reto e quando chegasse no asfalto era o destino. “Eu ia falar que se não desse certo eu iria socorrê-lo, mas não deu tempo. Depois que ele respondeu a pessoa já escutei os disparos e depois um barulho esquisito, acho que o carro fugindo. Eu chamava ele, mas ele não respondia. Escutei o último gemido. Acho que ele estava tentando me pedir socorro”, lamentou. 

Em seguida, como ninguém respondia mais à ligação, o amigo desligou e tentou ligar outras duas vezes, e então foi até o local.

Foram cerca de 14 disparos contra a caminhonete S10 onde estava a vítima. Pelas imagens, é possível visualizar um carro Fiat Pálio Weekend, de cor branca, parando próximo à caminhonete da vítima. O suspeito abre a porta do passageiro, sai do veículo e vai até Magnos que está dentro da S10. Enquanto isso, o condutor avança o veículo e a vítima é atingida pelos disparos. Após isso, o suspeito foge.

Magnos estava na rua de casa, mas a caminhonete S10 deu problema e ele parou no meio da rua para tentar resolver, quando ligou para um amigo pedindo ajuda.

Acidente com morte e vingança

O motivo da execução seria vingança por um acidente com morte, no ano passado. De acordo com informações, Magno teria dado carona para uma mulher cigana, e ela teria pulado do caminhão que era conduzido por ele no Paraná, morrendo. 

O acidente aconteceu em novembro do ano passado. Após a queda, o caminhoneiro fugiu do local sem prestar socorro. Ana Frete Alves Pereira, 40 anos, chegou a ser levada para atendimento, porém veio a óbito no outro dia. Imagens mostram o momento em que o caminhão passa por uma rotatória, quando a porta abre. A queda da mulher não aparece nas imagens, mas ocorre logo em seguida. 

No dia do ocorrido, a vítima viajava com o marido e os filhos, de carro, pela PR-317. Porém, o veículo em que viajavam teve problema mecânico. Ana então pediu carona ao caminhoneiro até a cidade de Floresta (PR) para resolver o problema do carro na rodovia.

Magno chegou a ser preso pela morte em São Gabriel do Oeste, cidade a 137 quilômetros de Campo Grande, no dia 6 de janeiro, por omissão de socorro e depois solto, e logo após sua soltura passou a receber ameaças de ciganos.

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