Entenda por que o acusado de matar grávida com série de agressões foi solto em MS

Acusado de matar grávida foi solto com medidas cautelares

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Gisely foi morta e também sofreu um aborto (arquivo pessoal)

O homem de 35 anos, acusado de matar Gisely Duarte Galeano, de 35 anos, após série de agressões em fevereiro deste ano, foi colocado em liberdade pela Justiça, nesta quinta-feira (11), com aplicação de medidas cautelares. Mas, por que o acusado foi solto? Entenda.

A decisão da soltura se deu depois da perda de prazo para oferecimento da denúncia contra ele pelo crime. De acordo com o relatado pelo MPMS (Ministério Público Estadual), a investigação foi concluída no dia 2 de março deste ano, com remessa no dia 25 de março, sendo no dia 28 o pedido de manutenção da prisão preventiva.

Sendo o pedido analisado no dia 8 de abril. “Assim, ao requerente, segregado provisoriamente, não pode ser imputado o ônus da espera decorrente unicamente desse trâmite. De ressaltar que não se vislumbra excepcional complexidade dos fatos em apuração, tanto que a investigação já foi concluída há vinte dias, e mesmo assim é inviável o oferecimento de denúncia neste. momento, especialmente porque o inquérito policial foi encaminhado ao Órgão Ministerial atuante perante este Juízo somente na data de hoje – porque, repita-se, apenas hoje aportou neste Juízo. Logo, configurado o excesso de prazo alegado pela Defesa e pelo Ministério Público, apto a autorizar o relaxamento imediato da prisão.”

Com isto, o acusado foi colocado em liberdade com medidas cautelares. Portanto, está proibido de se aproximar dos familiares da vítima, devendo manter uma distância mínima de 200m, e de manter contato com eles por qualquer meio de comunicação, inclusive por telefone, SMS ou WhatsApp. Ele também não pode se ausentar da sua Comarca de residência sem autorização judicial; e deve recolher-se em seu domicílio no período noturno e nos dias de folga; bem como comparecer a todos os atos do processo. 

Segundo a defesa do acusado em nota não se sabe se realmente Gisely estava grávida. “Pela juntada dos prontuários médicos anexados ao inquérito e encaminhados ao setor de perícias em geral de Dourados, por meio do laudo de exame de corpo de delito indireto, o perito médico legista não pode afirmar sobre possível estado de gravidez da senhora Gisely, visto que, conforme laudos apresentados pelo Hospital Cassems, não restaram informações sobre gravidez nos atendimentos médicos realizados, portanto, o que levaria a supor uma possível inexistência da gravidez da suposta vítima, o que contraria totalmente a versão apresentada inicialmente pela irmã da vítima”.

A morte de Gisely

Gisely, moradora de Ponta Porã, morreu no dia 28 de fevereiro após ser levada para o hospital pela irmã. As agressões teriam se iniciado no dia 2 de fevereiro e, até então considerado foragido, o acusado foi preso no dia 3 de março na cidade de Bela Vista por equipes da SIG (Seção de Investigações Gerais).

De acordo com a polícia, as primeiras agressões teriam acontecido no dia 2 de fevereiro e logo depois o acusado fugiu para Bela Vista. “No entanto, como ela disse que ia denunciá-lo, ele foi embora para Bela Vista. No dia 5 de fevereiro, ela conseguiu registrar a ocorrência, mas não quis solicitar medidas protetivas. Na ocasião ela suspeitava que estava grávida, mas não tinha certeza”, diz uma nota divulgada pela PC na época.

Ainda segundo informações policiais, no dia 18 de fevereiro, o autor manteve contato com ela. Assim, a mulher foi até Bela Vista atrás dele. “Ela sofreu uma série de agressões nesse dia e retornou para Ponta Porã lesionada e foi para a casa e não contou nada para ninguém”, diz a nota.

No dia 19, os familiares de Gisely foram até a casa dela, mas ela os atendeu apenas com o portão entreaberto, não os deixando entrar. A irmã ficou preocupada, tentou contato, porém ela não atendeu às ligações e nem respondeu às mensagens.

No dia 20, a irmã voltou novamente à casa de Gisely e conseguiu entrar, encontrando a vítima deitada no sofá reclamando de fortes dores abdominais e então foi levada pela irmã até o hospital Cassems, onde foi constatado o aborto em decorrência das lesões sofridas.

Além disso, foi constatado um derrame encefálico, sendo encaminhada imediatamente para a cidade de Dourados, onde ficou internada no Hospital Cassems de lá. A morte de Gisely Duarte Galeano foi confirmada pela irmã no dia 28 de fevereiro.

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