O empresário preso durante a deflagração da Operação Prime e Sordidum, em Dourados, a 225 quilômetros de Campo Grande, teve a prisão mantida pela Justiça Federal. Ele foi preso em maio deste ano em um condomínio de luxo com pistolas.

A decisão foi proferida no dia 8 deste mês pela 3ª Vara Criminal da Justiça Federal. A decisão traz: “CLAUDINEI TOLENTINO MARQUES. Há elementos nos autos que indicam que CLAUDINEI auxilia os irmãos VALTER e MARCEL no mascaramento patrimonial, supostamente cedendo as contas de pessoa jurídica para recebimento de valores. Um print de Whatsapp demonstra que VALTER teria solicitado a HECTOR o pagamento de R$ 100 mil em favor da empresa GR CONSTRUTORA E INCORPORADORA, localizada na cidade de Dourados/MS, cujo responsável é CLAUDINEI TOLENTINO MARQUES, que deveria ser registrado sob a referência entrada SW4-DIAMOND”.

“O dinheiro obtido com o tráfico de drogas, passa num primeiro momento por contas controladas pela casa de câmbio, daí é enviado a uma das construtoras de CLAUDINEI, que utiliza outra construtora para aquisição do veículo e emissão da nota fiscal, e, por fim, é transferido ao patrimônio dos irmãos MARTINS”, diz outro trecho da decisão.

Com isto, a Justiça negou a liberdade do empresário. Ele foi preso devido a um mandado de busca e apreensão expedido pela 3ª Vara Federal de Campo Grande no âmbito da Operação Prime, que investiga um grupo de tráfico de cocaína em várias regiões do Brasil. 

Investigação e prisão 

A PF apreendeu cerca de 30 veículos, sendo pelo menos quatro carros de luxo, também em Dourados. Entre os carros de luxo apreendidos, está uma BMW que seria presente para o filho de um dos investigados. Também foram apreendidos veículos Dodge em outros endereços.

Assim, cerca de 30 veículos foram apreendidos e levados para a sede da PF, onde os agentes cumpriram mandados em condomínios de luxo, imobiliárias e empresas de azulejos. 

Mato Grosso do Sul, Alagoas, Bahia, Goiás, Mato Grosso, Pará, Paraná, Rio de Janeiro, Santa Catarina, Paraíba e São Paulo foram os estados alvos da operação.

Foram 64 mandados de busca e apreensão, 25 de prisão preventiva e 11 de prisão temporária. Além do sequestro de cerca de 90 imóveis identificados e bloqueio de bens.

Segundo a PF, o grupo criminoso remetia drogas a países da América Central. Nesse contexto, estima-se que a organização fez o transporte de pelo menos 6 toneladas de cocaína, durante os 3 anos de investigações. A Polícia Federal apreendeu também joias, dinheiro e relógios, assim como armas e munições.  

O grupo usava doleiros na fronteira do Brasil com países vizinhos, além da criação de empresas de fachada, negócios dissimulados e pessoas interpostas.