Depois da ação do Batalhão de Choque contra o tráfico de drogas na sexta-feira (21), que acabou descobrindo o envolvimento de dois policiais militares no crime, o Comandante Geral da Polícia Militar, Renato Anjos Garnes, afirmou, durante entrevista coletiva, que em três anos 60 policiais foram excluídos da corporação por desvio de conduta em Mato Grosso do Sul.

Com relação à ação dos policiais do Choque, em que duas pessoas morreram em confronto, entre elas, o cabo da PM Almir Figueiredo Barros Junior, e terminou na prisão de um sargento, o Comandante Geral avaliou positivamente.

Local onde ocorreu a troca de tiros (Midiamax)

Independente se é policial militar, tem que agir conforme a lei”, disse.

Explicou ainda que, após denúncia, é feita apuração e instauração de inquérito. Depois, uma ação energética excluindo e extirpando.

O Comandante do Choque, Rigoberto Rocha, disse que os criminosos eram muito bem organizados. A organização da quadrilha era tamanha que conseguiram cooptar policiais para fazer parte do grupo. A droga estava muito bem embalada para que não estragasse em embalagens com a escrita ‘oferta’. 

Rocha ainda disse que a ação foi em conformidade e que não havia a informação de que os envolvidos na quadrilha eram policiais. 

O coronel voltou a afirmar que a ação é positiva. “O que aconteceu é para ‘servir de exemplo’. A equipe do Choque agiu de forma planejada e a ação estava em conformidade”.

Relembre outros policiais excluídos por desvio de conduta

Em março deste ano, o 2º sargento da Polícia Militar de Mato Grosso do Sul, Lindomar Espíndola da Silva, policial da reserva remunerada, foi excluído da PMMS (Polícia Militar de Mato Grosso do Sul). Ele foi alvo da operação Máfia dos Cigarreiros e condenado a 11 anos de prisão por corrupção passiva.

Ele foi denunciado em junho de 2018, e acusado de cometer corrupção passiva inúmeras vezes, com aumento por infração ao dever funcional.

Em maio deste ano, o 3º sargento Hagner dos Santos Silva foi excluído da PMMS em decisão depois de sua sentença condenatória em agosto de 2018. Em 2014, o 2º sargento ameaçou o seu superior hierárquico depois de colegas de farda atenderem ao chamado de perturbação de sossego.

Na época, um amigo do militar foi levado para a delegacia e o sargento teria ido até a delegacia, onde acabou causando transtornos e ameaçou seu superior hierárquico. “Quero pegar aquele cara, vou pegar você seu gordo”, disse.

(Divulgação PM)

Roubo de maconha e confronto

De acordo com informações, os policiais do Choque receberam a denúncia de que uma carga de drogas estaria vindo para Campo Grande através da BR-262. Nisto, os militares fizeram vigilância na estrada para identificar os autores. A informação era que, assim que a carga de drogas entrasse na cidade, seria roubada por uma quadrilha rival. Assim, conforme apurado, a quadrilha sequestrou o motorista do caminhão.

Durante as diligências, os policiais observaram a aproximação de um caminhão Mercedes-benz 1113 azul, sendo seguido de perto por um Toyota Corolla, de cor prata. Os ocupantes do Corolla sinalizaram para que o motorista do caminhão estacionasse. Em seguida, com o caminhão estacionado na Rua Barra dos Bugres, o motorista foi levado a bordo de um veículo sedan, de cor branca. 

O caminhão deixou o local escoltado pelo Corolla. Assim, a quadrilha se deslocou para uma chácara na Rua Claudio Augusto, na Vila Romana, e em seguida os integrantes iniciaram um suposto conserto na estrutura do caminhão – cortando uma chapa metálica.

Neste momento, os integrantes da quadrilha notaram a presença da polícia e os suspeitos –cinco ao todo – fugiram em direção a um imóvel. Dois fugitivos acabaram interceptados pelo cerco policial e, em seguida, ocorreu a troca de tiros. No local, morreram o policial militar Almir Figueiredo Barros Júnior e Jorcinei Junior Sabala Gil da Silva.  

Outros integrantes fugiram, entre eles, o sargento da PM que acabou preso na rodovia. O outro comparsa conseguiu fugir. No caminhão estavam escondidos 117 tabletes de maconha, sendo 58 tabletes no compartimento do caminhão e outros 59 tabletes localizados no interior do pneu do estepe.