‘Deu bom?’, disse motorista de aplicativo preso por envolvimento em atentado que matou adolescentes

O Batalhão de Choque apreendeu três dos quatro suspeitos de cometerem o crime

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Atentado
Suspeito de cometerem o crime (Divulgação, PM)

Três suspeitos de envolvimento no atentado na Rua Flor de Maio, Jardim das Hortências, em Campo Grande, que terminou com dois adolescentes, de 13 anos, mortos e outras duas feridas, foram presos neste domingo (5). Um dos detidos é um motorista de aplicativo que teria participação no crime. Outro integrante continua foragido.

A polícia encaminhou o trio para a delegacia e confirmou participação no grupo que organizou o ataque. Conforme apurado pelo Jornal Midiamax, as investigações identificaram que Rafael, de 18 anos, também conhecido como ‘Jacaré’, seria o mandante do atentado. Ele tem passagens por receptação e posse ilegal de arma de fogo.

Jacaré estava em sua casa, na mesma rua onde ocorreu o tiroteio, na companhia de sua mãe. Apesar de negar envolvimento nos homicídios, o suspeito acabou revelando que possuía uma arma de fogo na residência, também apreendida.

Após receber voz de prisão, ‘Jacaré’ informou que tinha conhecimento sobre os autores dos homicídios, indicando dois nomes. Diante disso, a polícia identificou os dois suspeitos de executarem o atentado, Nicolas, de 18 anos, e João, de 19 anos, este último não encontrado.

Suspeitos efetuaram cerca de 16 tiros

Nicolas acabou apreendido em uma casa de massagem na Vila Jacy. Em sua mochila, a polícia encontrou um revólver Cal. 357. O suspeito confirmou que estava armado durante o ataque, mas relatou que apenas pilotou a motocicleta enquanto seu comparsa, portando uma pistola 9mm, efetuava os disparos contra as vítimas com o veículo em movimento.

Segundo o depoimento, após o crime, os dois se reuniram na casa de ‘Jacaré’, onde Nicolas observou seu comparsa descarregando o carregador da pistola, ou seja, aproximadamente 16 disparos.

Os suspeitos ainda ocultaram a motocicleta no quintal de um dos membros do grupo e depois acionaram um motorista de aplicativo. A polícia encontrou a motocicleta utilizada pela dupla em uma casa no bairro Aero Rancho.

“Deu bom…? Nem escutei os tiros

Com apoio do Garras (Delegacia Especializada de Repressão a Roubos a Bancos, Assaltos e Sequestros) e GOI (Grupo de Operações e Investigações), as equipes do Choque localizaram o motorista de aplicativo em um imóvel na Vila Bandeirantes. Lá, o motorista confirmou ter prestado apoio ao trio utilizando o veículo HB20, que também acabou apreendido.

O motorista negou envolvimento no crime. Contudo, um dos suspeitos afirmou em depoimento que o motorista teria se dirigido ao comparsa com intimidade, questionando-o sobre o resultado alcançado: “Deu bom…? Porque eu nem escutei os tiros e estava aqui pertinho”, teria dito.

De acordo com as investigações, o motorista tinha conhecimento do plano para assassinar o desafeto e, mesmo após errarem o alvo, manteve-se fiel ao acordo firmado com os comparsas. Os três estão presos no Garras.

Segundo informações obtidas pelo Jornal Midiamax, a busca pelos criminosos contou com equipes do Batalhão de Choque, Ficco (Força Integrada de Combate ao Crime Organizado), GOI e Garras.

Pai se despediu da adolescente

O corpo da adolescente, de 13 anos, que morreu em um tiroteio na Rua Flor de Maio, foi levado na manhã deste domingo (5) para a despedida do pai, que está preso no PTran (Presídio de Trânsito) de Campo Grande.

O velório da adolescente ocorria desde às 19h na Pax Mundial, em frente ao Horto Florestal. Por volta das 08h40, o caixão com o corpo da menina chegou ao PTran. Conforme apurado, o pai pôde ficar cerca de 10 minutos com a filha, ocasião na qual conseguiu se despedir e realizar orações.

De acordo com a Agepen (Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário) a despedida no presídio é um procedimento normal, para que os detentos possam se enlutar pelos entes queridos.

O outro adolescente, de 13 anos, também morto no atentado, teve o corpo velado e sepultado no sábado (4). Outras duas adolescentes acabaram atingidas de raspão.

Alvo vendia drogas

Segundo a mãe das meninas feridas, as duas estão muito abaladas com a perda dos amigos e também com a situação vivida.

Ela conta que o grupo de adolescentes estava sentado na calçada de uma casa, tomando tereré e conversando. Por volta das 21h, uma dupla chegou em uma moto e parou em frente de uma residência que serve como ponto para venda de drogas. A casa em questão fica de frente para o local que os jovens estavam.

Foi então que a dupla começou a disparar contra o homem que fornece os entorpecentes. Ele, para tentar se esquivar das balas, correu para onde os adolescentes estavam, momento em que os dois acabaram atingidos.

“Eles não tinham nada a ver com a história. A gente nem sabe onde esse cara mora, a gente só vê ele aqui porque é um ponto de droga”, lamentou.

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