Defesa pede liberdade de jovem preso com Jeep de ex-superintendente da Cultura assassinado
Roberto Figueiredo foi encontrado morto pela irmã na manhã de sexta-feira (13); adolescente confessou o crime e foi apreendido
Lívia Bezerra –
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A defesa do jovem de 22 anos, flagrado e preso com o Jeep Renegade do ex-superintendente da Cultura e professor universitário, Roberto Figueiredo – assassinado em casa nos Altos do São Francisco em Campo Grande – pediu pela liberdade provisória dele nesse sábado (14). Um adolescente que confessou o assassinato foi apreendido pelo Batalhão de Choque da PM (Polícia Militar).
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No pedido, os advogados Geovanni Britez Ferreira, Ygor Marcus Rodrigues Araújo e Marcelo Hokama Mazeti alegam que o cliente tem bons antecedentes e é réu primário. Contudo, em coletiva de imprensa realizada pelo Batalhão de Choque foi informado que o jovem possui passagens por furto, roubo e violência doméstica. Além disso, durante interrogatório, o próprio relatou que já cumpriu pena no regime fechado por três meses.
Na solicitação da defesa do jovem, os advogados alegam que ele exercia ocupação lícita, pois trabalhava como instalador de painéis solares e estava em busca de uma nova colocação no mercado de trabalho. Argumentam também que o cliente possui vínculo com a Capital, pois conta com suporte de sua família que reside na cidade, o que afasta qualquer risco de fuga.
Ainda, os advogados alegam ao Poder Judiciário que não há elemento que demonstre a periculosidade do jovem. “Trata-se de indivíduo primário, com ocupação lícita e residência fixa, não havendo fundamento que justifique sua segregação cautelar, podendo o processo tramitar regularmente com a aplicação de medidas menos gravosas”, diz trecho do pedido.
Por fim, a defesa pede que não seja aplicada fiança, alegando hipossuficiência econômica, pois o cliente está desempregado atualmente. “Embora tenha exercido ocupação lícita como instalador de paineis solares, encontra-se em busca de nova colocação no mercado de trabalho, sem recursos financeiros para arcar com o pagamento de uma fiança, caso esta venha a ser fixada”, argumentam os advogados.
Caso a solicitação seja aceita pelo magistrado, os advogados do jovem pedem que sejam aplicadas medidas cautelares, como o monitoramento eletrônico, se necessário. Caso não seja autorizada a liberdade provisória, a defesa pede pela prisão domiciliar.
Jovem disse que adolescente estaria sondando casa de ex-superintendente há 3 meses
Durante interrogatório na delegacia, o jovem disse que estava ingerindo bebidas alcoólicas em uma conveniência na sexta-feira (13) e, quando amanheceu o dia, chegou um rapaz com um Jeep Renegade acompanhado de uma mulher.
Na ocasião, o adolescente teria lhe oferecido um whisky e eles ficaram bebendo no estabelecimento. Durante todo o tempo, o rapaz teria relatado ao jovem que tinha matado o proprietário do carro e estava com os cartões de crédito, televisão, celular, notebook e outros objetos do mesmo.
À polícia, o jovem contou que o rapaz estava muito embriagado e sob efeito de drogas, então narrava os fatos de forma tranquila e em voz alta na conveniência. Ainda em seu relato, o jovem revelou que o adolescente lhe contou que manteve relação com o ex-superintendente e depois o assassinou.
Na delegacia, o jovem também afirmou à polícia que o adolescente teria contado que estava sondando a casa da vítima há cerca de três meses para cometer o crime e ‘se deu bem’.
Suspeitos abandonaram Jeep após ouvir notícia do assassinato no rádio
Passado um tempo na conveniência, o adolescente teria convidado o jovem e outro rapaz para passear de carro. Após darem bastante voltas com o veículo do ex-superintendente, o grupo ouviu no rádio a notícia de que a família de Roberto o encontrou morto e estava em busca de um Jeep Renegade.
Com isso, o grupo resolveu abandonar o carro que ficou com a chave no contato. Depois, os suspeitos viram uma viatura policial e se dividiram, em fuga. Contudo, o jovem de 22 anos se escondeu na casa de uma conhecida e algumas horas depois pegou o Jeep e saiu, sem destino.
Ainda na delegacia, ele contou que estava dirigindo o Jeep quando foi parado por policiais. Logo que foi abordado, ele relatou os fatos que tinha conhecimento, mas revelou que não tinha como encontrar o adolescente, pois o conheceu naquela sexta-feira (13).
O jovem disse à polícia que não pegou dinheiro nem os objetos roubados pelo adolescente, apenas comprava as bebidas com os cartões e consumiam juntos. Quando abordado pelos militares, o Jeep Renegade estava sem uma das placas. Na delegacia, o jovem alegou que retirou a placa porque a mesma já estava caindo.
Ex-superintendente lutou com adolescente para tentar se defender
Segundo a delegada Daniella Kades, da Deaij (Delegacia Especializada de Atendimento à Infância e Juventude), o adolescente contou em interrogatório que foi até a casa de Roberto e em determinado momento os dois discutiram por conta de dinheiro. Os dois se conheciam há alguns meses, porém o menor não soube precisar o tempo.
“Parece que a vítima não queria lhe dar algum dinheiro e como ele (adolescente) é usuário de drogas, ele queria dinheiro. E por conta disso brigaram”, explicou a delegada.
Durante a briga, o adolescente teria quebrado algo na cabeça da vítima, foi até a cozinha e pegou uma faca, momento em que a briga continuou e o ex-superintendente passou a lutar pela vida. “A vítima chegou a tomar a faca da mão dele, ele está com ferimento na perna causado por faca, até precisou tomar alguns pontos. E depois que a vítima faleceu, ele saiu pegando o que encontrou ali de valor e foi embora da casa”, detalhou Daniella Kades.
A delegada ressaltou também que imagens de câmeras de segurança confirmam a versão apresentada pelo adolescente. “Confirma que ele chega, a vítima abre o portão, a porta e eles entram. Cerca de 1 hora e meia depois, o adolescente aparece nas imagens alvoroçado pegando coisas e levando para o carro da vítima. Só que aí ele percebe a câmera, vira, vai lá dentro e desliga. Então, isso confirma tudo que ele apresentou”.
Agora, com a apreensão do adolescente e prisão do rapaz, os dois devem responder por latrocínio – roubo seguido de morte. “Embora a gente possa verificar que quando ele chegou lá, às vezes o intuito não fosse cometer esse crime, conforme ele narra, naquele momento que eles começam a discutir, ele mata e resolve sair roubando tudo. E ele matou a vítima por conta de dinheiro, ele queria dinheiro, então está configurado que é latrocínio”, justificou Daniella Kades.
Por fim, a delegada contou que tem outros dois possíveis envolvidos na ‘gastança’ do dinheiro do ex-superintendente que estão sendo investigados.
Ex-superintendente da Cultura teria sido morto após se negar a dar R$ 200 para adolescente
Segundo o Tenente-Coronel Rocha, do Batalhão de Choque da PM (Polícia Militar) que efetuou a prisão do rapaz de 22 anos e apreensão do adolescente, o menor confessou o crime e se demonstrou frio em seu depoimento. Apesar da dinâmica dos fatos, a polícia não suspeita que o crime tenha sido premeditado.
“Falou de uma maneira muito fria, muito covarde. Ele fala que tinha uma relação com a vítima há cerca de cinco meses. Nesta madrugada, ele estava cobrando R$ 200 da vítima, que se negou a pagar, segundo ele”, explicou o comandante do batalhão.
Após a negativa de Roberto, ele e o adolescente começaram a brigar, momento em que o menor teria pegado um copo de vidro e desferido alguns golpes contra ele. Ainda, o adolescente teria desferido uma facada contra o ex-superintendente.
Assassinato
Informações obtidas pela reportagem do Jornal Midiamax são de que o latrocínio ocorreu na Rua Bárbara de Paula Ribeiro. Assim, a irmã da vítima quem encontrou o corpo de Roberto dentro da casa, já que ela teria o controle do portão da residência.
A vítima estava em meio a uma poça de sangue e com vários ferimentos no crânio. Além do carro, criminosos também levaram uma televisão e um celular.
Abalada, Carla Figueiredo disse ao Midiamax que nesta sexta (13) iria para São Paulo com o professor para um show do cantor Caetano. Ela disse que ligou diversas vezes para Roberto que não atendeu. Como ela mora perto do irmão, foi até o imóvel, abriu o portão e acabou encontrando o ex-superintendente morto dentro de casa.
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