Defesa nega confronto com a polícia e diz que deputado paraguaio foi executado na própria cama

Polícia Nacional continua com operações em Pedro Juan Caballero. Duas empresas do deputado são alvos de Investigações, com mandados de buscas e apreensões neste momento.

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(Foto: Polícia Nacional)

A defesa da família do deputado paraguaio Eulalio Lalo Gomes, morto em um suposto confronto na madrugada desta segunda-feira em Pedro Juan Caballero, na fronteira com Ponta Porã, no Mato Grosso do Sul, afirma que o caso não se trata de confronto.

O advogado Óscar Tuma disse que recebeu informações de familiares do deputado afirmando que ele teria sido assassinado em sua cama, dentro de sua casa. Ainda mais, que não teria oferecido qualquer resistência, conforme dito anteriormente pelas forças do Estado. 

Político cartista tinha ligação com narcotráfico (foto: reprodução, redes sociais)

A família ainda questionou a violência com que o procedimento foi realizado na casa do legislador cartista.

Em entrevista ao jornal ABC Color, o advogado disse que o deputado federal ‘Lalo’ tinha imunidade parlamentar e não deveria ser tratado de maneira diferente.

“Eles me disseram que o mataram na cama. Ele nem reagiu. Eles entraram, arrombaram a porta e aparentemente atiraram três vezes nele. Ele estava na cama com a esposa, quando ouviram um barulho. Aí eles abrem a porta do quarto dele e os tiros são disparados”, disse o advogado.

Morte do deputado

A morte ocorreu durante uma operação do Ministério Público acompanhada pela Senad (Secretaria Nacional Antidrogas), no âmbito de uma investigação em que ele é acusado de lavar dinheiro do tráfico de drogas.

Há ainda outros relatos de que a Polícia Nacional do Paraguai teria desviado todas as câmeras de circuito fechado antes de entrar na residência do legislador. 

Assim, a atuação da Polícia neste caso foi alvo de críticas de diversos setores da sociedade, que argumentam que o uso de força letal contra um deputado deve ser justificado de maneira contundente, especialmente quando se trata de um funcionário eleito que goza de imunidade parlamentar.

Agora, cabe ao Ministério Público, especificamente à Procuradoria-Geral da República do Paraguai, a responsabilidade de esclarecer como o procedimento foi realizado no meio da noite e sem o devido respeito às imunidades parlamentares.

O político paraguaio teria sido socorrido com vida e levado para o Hospital Regional de Pedro Juan Caballero, onde morreu logo depois de dar entrada. Ele levou pelo menos dois tiros um no tórax e outro na cabeça.

Lalo, de chapéu, durante cumprimento ao presidente do Paraguai (Foto: ABC Color)

O corpo do deputado seguiu para perícia em Assunção, capital do Paraguai.

Segundo informações, ao mesmo tempo, em que o deputado teria ligações com o narcotráfico, ele também tinha influência na classe política. Se considerava, por exemplo, amigo do atual presidente da República.

Operação e prisão

Além do ocorrido com o deputado, a Operação Pavo Real II prendeu o filho de ‘Lalo’ Alexandre Gomes, de 32 anos, e mais quatro pessoas.

Alexandre teria trocado tiros com os agentes e depois entrou em um carro blindado para tentar uma fuga, mas acabou se entregando diante do cerco policial, segundo informações do comissário Rubens Galeano, da Polícia Nacional em Pedro Juan Caballero.

A ação foi desencadeada pelo SIU (Serviço de Inteligência Unificada) e pela Fope (Forças de Operações Policiais Especiais) de Assunção.

Conforme apurado, a Polícia Nacional continua com operações em Pedro Juan Caballero. Duas empresas do deputado são alvos de Investigações, com mandados de buscas e apreensões neste momento.

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