Corregedoria investiga suposta agressão de PMs a dono de conveniência e irmão no Novos Estados

Vítimas relatam que policiais chegaram violentos e, além das agressões, quebraram cadeiras, garrafas e equipamentos do estabelecimento

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Imagens mostram irmãos ensanguentados – (Foto: Reprodução)

A Corregedoria-Geral da PMMS (Polícia Militar de Mato Grosso do Sul) investiga um caso de agressão e racismo de policiais militares ao proprietário de uma conveniência e ao irmão dele, ocorrido na última semana, na Avenida Nosso Senhor do Bonfim, região do bairro Novos Estados, em Campo Grande.

A mãe das vítimas contou ao Jornal Midiamax que os dois filhos foram agredidos, mas um teve ferimentos mais graves, inclusive, deve passar por cirurgia no nariz. Um dia depois do caso, na sexta-feira (17), o homem estava na Santa Casa para passar por tomografia, para conferir se as supostas agressões levaram à hemorragia.

A denúncia registrada na última quinta-feira (16), na Corregedoria-Geral, aponta que, por volta da meia-noite do mesmo dia, os proprietário e o irmão estavam no estabelecimento quando uma viatura chegou e abordou um grupo que estava no canteiro em frente ao estabelecimento. Os rapazes em questão não estavam sentados junto às vítimas agredidas posteriormente.

Depois, os PMs foram até os irmãos e os mandaram “fechar essa b*st*”. No primeiro momento, o proprietário e o funcionário entraram e não puderam recolher as cadeiras, mas, posteriormente, foram autorizados a sair para buscar os pertences. No entanto, os policiais passaram a quebrar e jogar os objetos da conveniência.

O irmão do proprietário começou a filmar a ação, momento em que os policiais supostamente começaram a agredi-lo física e verbalmente. Depois, foram até o dono da conveniência e também iniciaram as agressões.

A denúncia indica, ainda, que o proprietário e o irmão foram lançados ao chão e bastante agredidos. O proprietário pediu o celular de volta e teria sido atacado, também, com spray de pimenta. Nesse momento, o dono contou que foi até o banheiro e lavou o nariz, que sangrava, e os olhos, que ardiam.

O irmão dele também foi ao banheiro, mas teria sido seguido por um dos militares, o qual o agrediu mais um pouco. “Inclusive com pedaço de pau”, relata. O dono foi até o irmão para ajudá-lo, mas um dos policiais pediu para ele “sair de perto”.

O proprietário, então, pegou o celular para fazer uma ligação, mas relata ter sentido um tapa na nuca. A denúncia registrada na Corregedoria aponta, ainda, que, em seguida, um dos policiais jogou o aparelho no chão, apontou uma arma para as vítimas e as mandou entrar na viatura.

O registro também aponta que, na viatura, os policiais supostamente ameaçam as vítimas a todo momento, dizendo, inclusive: “seu preto, vagabundo” e “não saí de casa para perder, você deu sorte que eu não te estourei no meio”.

Abalado emocionalmente

À reportagem, a mãe das vítimas contou que um dos filhos ficou tão machucado que terá que passar por cirurgia plástica nesta quarta-feira (22) para correção do nariz quebrado. “Ele está muito abalado com o ocorrido”, explica.

O episódio terminou com cadeiras e mesas da conveniência quebradas, bem como garrafas, freezer, grade de proteção e mais estruturas, informa a denúncia.

O boletim de ocorrência, registrado no dia do fato, aponta que foram os proprietários quem começaram a agressão, e os policiais militares passaram a repeli-la com o uso de spray de pimenta. A mãe explicou que os filhos foram encaminhados para a Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) do Cepol, mas não puderam registrar a ocorrência, mas sim apenas os policiais.

O que diz a PMMS

Em nota, a Polícia Militar informou que “os jovens foram atendidos pelo setor da ouvidoria da Corregedoria da PMMS e tomado seus depoimentos. Agora, o documento será analisado pela autoridade competente que irá deliberar qual medida adequada será tomada. Esclarecemos que a corporação não coaduna com qualquer tipo de desvio de conduta de seus integrantes“.