Após o julgamento que condenou Damião Souza Rocha, 27, por homicídio triplamente qualificado da esposa, Pâmela Oliveira da Silva, de 27 anos, o assassino foi condenado também a indenizar o sogro, e os dois filhos em R$ 530.924.

O crime foi triplamente qualificado, sendo por feminicídio, pelo uso de fogo e recurso que dificultou a defesa da vítima, e ainda, majorado por ser cometido na presença dos filhos.

A irmã de Pâmela ainda informou ao Jornal Midiamax, na semana passada, de que o autor ainda tentava ganhar a guarda das crianças, porém na quinta-feira (1) ao fim do julgamento, o juiz declarou extinto o poder familiar sobre os filhos, que devem permanecer na guarda do avô materno.

A sentença consta que ele foi condenado a pagar R$249.924 ao filho, R$231.000 à filha e R$50 mil ao pai de Pâmela.

“Com certeza tinha que pagar pelo que fez, uma forma muito cruel”, disse o pai da vítima, Roberto Martins da Silva.

Foram mais de 13 horas de julgamento que o condenou em 30 anos no regime fechado. 

Feminicídio

Pâmela foi incendiada na presença dos filhos de 10 e 7 anos, dentro de casa em Rochedo, em 21 de julho de 2022.

Conforme os autos, Pâmela queria a separação, porém, Damião não aceitava. Eles eram casados há 11 anos. No julgamento desta quinta, ele continuou negando a autoria dizendo que a esposa quis tirar a própria vida. Ainda conforme a acusação, no dia do crime, ambos tiveram uma discussão, quando Damião então apareceu com um galão de combustível.

Ele ainda teria perguntado: “aqui ou no quarto?” No quarto, ele então jogou combustível e ateou fogo em Pâmela, que gritava para o marido não fazer aquilo, enquanto as crianças escutavam e presenciavam tudo. Com 90% do corpo queimado, ela foi levada para uma unidade de saúde do município, enquanto o marido ficou na residência em que o casal morava tentando apagar as chamas.

Depois, ele foi até a unidade para tratar uma queimadura no braço. Ao ser questionado por que somente Pâmela teria se ferido gravemente, disse que “ela estava tentando apagar o fogo” e que o fato foi “um acidente”. O profissional que atendeu o homem teria dito: “impossível ter sido acidente e ter acontecido tudo aquilo com Pamela e você somente queimar o braço”.

Depois do crime, o pai inclusive teria pedido para que os filhos não falassem sobre o ocorrido. No hospital, antes de morrer, Pâmela relatou sobre o que aconteceu.