O coletivo Geni, realizou um ato em Campo grande nesta quinta-feira (14) em memória da vereadora Marielle Franco, assassinada em 14 de março de 2018. No dia em que o crime completa 6 anos, atos Brasil afora são realizados para ecoar questionamentos sobre o assassinato.

Em Campo Grande, por volta das 6h, o grupo com seis mulheres fez plantio de girassóis, que compõem o logo do Instituto Marielle Franco, além de declamar o poema Recriando Negras Maneiras de Existir, da psicóloga e escritora Maria Carolina, na frente da Casa da Mulher Brasileira.

A ação faz parte do movimento nacional #MarçoPorMarielleEAnderson.

O poema declamado expressa vivências e desafios enfrentados pelas mulheres negras, abordando a dor das estatísticas de violência, a pressão para que sejam fortes, o peso de não poderem errar e a constante luta contra os estereótipos.

A flor tornou-se a marca de sua campanha à Câmara Municipal do Rio de Janeiro porque foi o primeiro carinho a ela oferecido ao declarar-se candidata. No dia de seu velório, populares enfeitavam de girassóis os caminhos por onde seu corpo passava, durante os serviços funerais e, nos momentos seguintes, o girassol transformou-se em símbolo de seu esplendor e da procura determinada pela vida empreendida pelas mulheres negras, que semeiam o legado de Franco.

Desde 2019, o Instituto que leva o nome da vereadora incentiva a realização de atos por sua memória e para ecoar as perguntas: Quem mandou matá-la e por quê?

Para Ladielly de Souza, 27 anos, cofundadora do Coletivo Geni, o ato é uma maneira singela e simbólica de homenagear a vereadora Marielle Franco. “Dizer da importância de sua luta por justiça, sua história nos inspira a continuar em defesa de um mundo sem violência, em que nossa voz seja ouvida, e nossas pautas respeitadas”.

(Alicce Rodrigues, Midiamax)

Coletivo Geni

É um grupo de estudos da produção intelectual de autoras negras. Ladielly de Souza, Ana Raile, Amanda Silva e Letícia Maris o fundaram em 2020, quando faziam a graduação em Psicologia na UCDB. Atualmente, o grupo reúne-se às segundas-feiras, 18h30, no bloco 13 da UFMS. 

Tem coordenação da professora pós-doutora Thaize Reais, Ladielly de Souza, Brunna Salles e Carol D’Santana. A participação é aberta a qualquer pessoa que se interessar pelas leituras e discussões pertinentes.

Assassinato de Marielle

No dia 14 de março de 2018, Marielle Franco, 38, vereadora eleita pelo PSOL/RJ, e Anderson Gomes, 39, seu motorista, foram executados a tiros de submetralhadora, em uma emboscada, na Rua Joaquim Palhares, bairro do Estácio, região central do Rio de Janeiro, por volta das 21h30. Somente em 2023, o crime começou a ser elucidado, apontando-se executores e possíveis mandantes, também se confirmando a hipótese da motivação política.