O primeiro dia do julgamento pela morte da menina Sophia evidenciou detalhes na aparência dos réus que podem ser decisivos para a opinião do júri popular. Apontados como responsáveis pela morte da garotinha de 2 anos, Stephanie de Jesus e Christian Campoçano, mãe e padrasto da vítima, se apresentaram de formas completamente diferentes diante do tribunal nesta quarta-feira (4), em Campo Grande (MS).
Ao contrário da ex-companheira, que agora afirma também ser sua vítima, Cristhian aparentou estar mais preocupado com o modo como seria visto e fotografado. Para tanto, o réu deu um “tapa no visual” antes de ir à julgamento.
Enquanto a mãe de Sophia surgiu em público despida de vaidades, apenas com o cabelo solto (prendeu ao longo do dia), sem maquiagem no rosto, uma blusa simples sem estampas, calça jeans, chinelo e um terço na mão, o padrasto da vítima optou passou por uma sessão de “embelezamento”.
Diante do júri e da imprensa, ele apareceu com cabelo e barba “na régua”, com direito a gel modelador para segurar as madeixas. O figurino escolhido por Christian também gerou debate entre a população, que comentou sobre a blusa usada por pelo rapaz na ocasião.
A roupa do padrasto de Sophia no julgamento
A polêmica se deu porque o réu entrou no tribunal com uma camiseta da seleção japonesa de futebol estampada com a figura do personagem Itachi Uchiha, do desenho “Naruto”. Na série, Itachi é conhecido por ter matado toda sua família.
Para alguns campo-grandenses, a roupa pode ter passado uma mensagem subliminar, já que Christian é acusado de matar, torturar e estuprar a enteada.
Contudo, a história do personagem é mais profunda e a explicação para o extermínio de seus parentes foi revelada após sua morte. Ele matou a família para impedir um conflito, pois o clã tramava um golpe de estado contra Konoha, que traria guerra à aldeia.
Ou seja, no fim, Itachi apenas desejava proteger a vila e seu irmão, permanecendo um shinobi (ninja) leal à Konoha até o fim.
Defesa esclarece camiseta do réu
Consultado pelo Jornal Midiamax, o advogado afirma que a escolha da roupa de Christian não foi intencional e nem teve a intenção de passar qualquer recado para a sociedade. “Era a única que ele tinha limpa no presídio”, explica a defesa do rapaz.
Mas as polêmicas não se limitaram ao padrasto. A mãe de Stephanie, avó de Sophia, também dividiu opiniões ao aparecer no tribunal acompanhada de seguranças “por medo da imprensa”.
Mais diferenças no primeiro dia
Outros detalhes também foram observados pelo público geral que aguarda a sentença dos réus. Christian e Stephanie não apresentaram diferenças apenas no vestuário e aparência, mas também nos comportamentos diante do juiz.
Enquanto ela se mostrou completamente abatida, com olheiras e chorou em boa parte do julgamento, Christian se manteve sério, sóbrio e não foi visto derramando uma lágrima. No entanto, ele ainda não depôs. Suas declarações ocorrem nesta quinta-feira (5), durante o segundo dia da audiência.
No primeiro dia, um dos investigadores que atendeu a ocorrência na época também foi ouvido. Em seu depoimento, o policial revelou que Christian chegou a dormir no banco da viatura ao ser preso pelo crime, “Nunca vi isso”, declarou o agente.
O crime e o júri
Sophia Ocampo tinha apenas 2 anos quando morreu em janeiro de 2023, em Campo Grande. A criança, que já chegou morta à unidade de saúde, teria agonizado por horas até ser levada pela mãe, Stephanie de Jesus da Silva, a uma UPA (Unidade de Pronto Atendimento).
Quase dois anos depois, o julgamento dos acusados ocorre desde esta quarta-feira (4). Quatro homens e três mulheres foram selecionados para compor o júri popular que decidirá o futuro dos réus. A decisão deverá ser anunciada pelo juiz ainda nesta quinta (5).
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