Atlas da Violência: Campo Grande apresenta uma das menores taxas de homicídios entre as capitais

A taxa de Campo Grande é de 19,8 homicídios estimados por 100 mil habitantes, ocupando a 21ª posição entre as 27 capitais

Mirian Machado – 19/06/2024 – 10:10

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A capital de Mato Grosso do Sul ocupa a 21ª posição no ranking de homicídios das capitais com 100 mil habitantes, conforme divulgado no Atlas da Violência, pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Aplicada), na última terça-feira (18).

Os dados correspondem ao Censo de 2022. Outras duas cidades do Estado com mais de 100 mil habitantes também entraram no ranking, Dourados e Três Lagoas.

A região Centro Oeste teve destaque, pois as quatro capitais apresentaram taxas menores de 20 homicídios estimados por 100 mil habitantes. A análise das estatísticas oficiais ainda mostra que, entre 2019 e 2022, a região Centro-Oeste teve uma redução de 14,1% dos homicídios.

Conforme a pesquisa entre as cidades de todo o país com mais de 100 mil habitantes, Dourados (243.367) registrou naquele ano 46 homicídios e outros 23 homicídios ocultos, ou que não foi possível identificar a causa básica do óbito, se decorrente de acidentes, suicídios ou homicídios, as chamadas mortes violentas por causa indeterminada. Dourados ocupa a posição de 119ª com taxa de 28,4.

Já Campo Grande (898.100) ocupa a 178ª posição com taxa de 19,8 homicídios por 100 mil habitantes. Em 2022 foram registrados 170 homicídios e 8 homicídios ocultos.

Três Lagoas (132.152) ocupa a posição 197, com taxa de 17,4. Em 2022 foram registrados 23 homicídios, e nenhum oculto.

Se a comparação for entre as 27 capitais, Campo Grande fica na 21ª posição. A posição permanece se o comparativo entre as capitais ocorrer dentro de 10 anos, entre 2012 e 2022. Campo Grande nesse caso tem taxa de 56,6.

Conforme os dados, a região Centro-Oeste é marcada pela entrada da droga no país por conta dos estados fronteiriços com a Bolívia e o Paraguai. Apesar de apresentarem queda na taxa ao longo do período estudado, tiveram aumentos recentes. 

A região é a principal passagem de drogas e armas. As autoridades apontam que 80% da cocaína e maconha entram no país por esse território.

O predomínio da violência vem também das disputas entre as facções PCC (primeiro Comando da Capital) e CV (Comando Vermelho) pelo controle do tráfico de drogas na fronteira.

Dados da Sejusp

Conforme dados da Sejusp (Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública), em 2022 foram registrados 456 homicídios dolosos no Estado. Enquanto no ano passado foram 420.

Em 2024, de janeiro até agora, foram 160 casos em Mato Grosso do Sul.

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