Após pedido de adiamento negado, jornalista acusado de matar mulher em acidente comparece em audiência

Defesa de Guilherme Pimentel teve o pedido de adiamento da audiência negado pela Justiça

Ouvir Notícia Pausar Notícia
Compartilhar
(Fotos: Alicce Rodrigues/Jornal Midiamax e Reprodução Redes Sociais)

Com o pedido de adiamento negado, o jornalista Guilherme Pimentel, acusado de matar Belquis Maidana, de 51 anos, em um acidente de trânsito, compareceu à audiência de instrução e julgamento na 1ª Vara do Tribunal do Júri, em Campo Grande. O acidente aconteceu em 9 de dezembro de 2023, na Rua Antônio Maria Coelho, e a segunda audiência do caso acontece na tarde desta quarta-feira (2).

Na primeira audiência, realizada no último dia 11 de setembro, o jornalista foi dispensado após alegar estresse pós-traumático com apresentação de um atestado psicológico. Assim, a segunda audiência foi marcada e a defesa de Guilherme pediu pelo adiamento alegando que ele estaria trabalhando em campanha eleitoral e que suas testemunhas também, o que dificultaria o comparecimento. Porém, a Justiça negou o pedido. 

Nesta quarta (2), Guilherme está presente na audiência para prestar depoimento ao magistrado, mas advogado Fábio Andreasi, que representa a defesa do jornalista, disse ao Jornal Midiamax que só irá se pronunciar nos autos do processo. “Isso faz parte da estratégia de defesa”. 

No local, foram vistas algumas testemunhas que devem prestar depoimento sobre os fatos. Porém, a imprensa foi proibida de acompanhar a audiência.

Laudo não confirma embriaguez de jornalista

E nesta quarta-feira (2), o laudo que a Perícia Científica Aplicada elaborou – e ao qual o Jornal Midiamax teve acesso – foi anexado nos autos do processo após um pedido da defesa. O documento mostra a constatação de apenas alguns sinais que confirmariam a embriaguez e que houve um possível erro material.

Sobre os olhos avermelhados que o jornalista apresentava logo após o acidente, o laudo diz: “A aparência está muito mais ligada ao horário do acidente e suas características do que à ingestão de bebida alcoólica. É de esperar que um sinistro ocorrido nas primeiras horas do dia, com explosão dos airbags, enseje vermelhidão nos olhos”. 

Naquele 9 de dezembro, o jornalista se recusou a fazer o teste de bafômetro, mas os policiais identificaram sinais de embriaguez, sendo elaborado um TCE (Termo de Constatação de Embriaguez). Entretanto, o laudo pericial afirma que em relação ao hálito, é comum a confusão do etílico com o cetônico próprio do jejum noturno.

A perícia também afirma que houve um possível erro material, pois o TCE demonstra que não há indícios de embriaguez ao volante e que não é possível afirmar que Guilherme – que conduzia um carro modelo Etios – estava bêbado. 

Em relação à velocidade com que ambos os veículos eram conduzidos, a perícia indica que o carro conduzido pelo jornalista estava com velocidade “bem inferior” ao permitido na via. Já a velocidade da motocicleta, conduzida pelo marido da vítima, não foi possível calcular. 

O acidente

Policiais militares prenderam Guilherme em flagrante após o acidente que terminou na morte de Belquis Maidana, de 51 anos. 

Ainda conforme a polícia, Guilherme estava na casa de seu companheiro às 5h30 da manhã de um sábado, 9 de dezembro de 2023, onde os dois beberam vinho. Logo depois, o assessor saiu dirigindo o Toyota Etios, carro oficial do Governo, quando ocorreu o acidente na Rua Antônio Maria Coelho.

Então, Guilherme colidiu o carro contra a Honda Biz azul, no cruzamento com a Rua Bahia. Também segundo a polícia, o motorista furou o sinal vermelho, atingindo a moto e a arrastando por 25 metros.

Assim, Guilherme foi ouvido na delegacia e contou que esteve com o namorado. Também relatou que seguia para o trabalho, pois estava de plantão na Segov. Depois, o jornalista permaneceu detido na delegacia, até a audiência de custódia.

O caso é tratado como homicídio simples, por considerar que o jornalista assumiu o risco de provocar o acidente. Isso, porque ingeriu bebida alcoólica, estava acima da velocidade permitida e também por furar o sinal vermelho.

Ele ainda responde por lesão corporal de natureza grave e por conduzir veículo automotor com a capacidade psicomotora alterada em razão da influência de álcool.

Conteúdos relacionados