Ameaças de morte e invasão de casa: Tudo que se sabe sobre o feminicídio de Aline

Esposa de comparsa disse que ele foi ameaçado por trio, dois dias antes do assassinato de Aline

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Aline foi morta a tiros (Foto: Arquivo Pessoal)

A polícia continua as buscas pelo autor do feminicídio da cabeleireira Aline Mayara Boni, de 24 anos. O crime aconteceu na manhã de segunda-feira (29) em Iguatemi, cidade a 466 km de Campo Grande. Durante as investigações, a esposa do comparsa que pilotava a motocicleta que deu fuga ao assassino foi ouvida em depoimento. 

A mulher, de 20 anos, contou que convive com o piloto da motocicleta, de mesma idade, há 4 anos e que possui um filho de seis meses. 

No sábado (27), dois dias antes do assassinato, ela informou que discutiu com o marido e saiu de casa. No mesmo dia, por volta das 13h30, a sogra da mulher ligou e disse que o filho havia sofrido ameaça de morte e questionou se a esposa havia enviado alguém para fazer as ameaças.

A mulher então foi até a residência da sogra e o marido contou que três homens foram até a casa, o ameaçaram de morte, o mandaram ajoelhar e apontaram a arma em sua cabeça, depois o trio foi embora em um carro.

À polícia, a mulher disse que o marido não relatou o motivo das ameaças e não quis responder quem eram os autores.

Com medo, o casal não retornou para casa, somente no dia do crime.

Manhã de segunda-feira (29)

Segundo relato da mulher, passava das 10h quando o namorado de Aline foi até a casa do motociclista, entrou no quintal com uma moto. O marido dela entrou na casa, se vestiu e saiu com o autor, depois disso não retornaram mais.

A mulher contou ainda que logo depois dos dois saírem, chegou a ouvir barulho de tiros. 

À polícia, ela disse que o marido não é amigo do assassino. Disse ainda que não conhecia o autor nem a vítima de feminicídio.

‘Surto’ e assassinato

Antes de ser assassinada com tiros na nuca, a cabeleireira Aline Mayara Boni, de 24 anos, foi encontrada desorientada durante a madrugada da segunda-feira (29) na casa de uma moradora de Iguatemi. Devido ao fato, ela foi levada por policiais militares até o hospital da cidade e teve alta médica em seguida.

A PM informou que Aline estaria mentalmente perturbada. Na madrugada do dia do crime, uma equipe foi acionada para atendimento de uma ocorrência onde uma mulher havia invadido a casa da solicitante. A equipe deslocou-se ao local e fez contato com Aline Mayara Boni, responsável pela invasão. Conforme registro, ela aparentava estar mentalmente perturbada, o que levou a equipe encaminhá-la ao PAM da cidade para atendimento médico.

Horas após ser liberada do atendimento médico, às 11 horas desta segunda-feira (29), Aline foi morta. Vizinhos chamaram a polícia depois de ouvirem barulho de tiros.

Aline foi assassinada com dois tiros na nuca, com perda de massa encefálica. Ela teria ficado de joelhos ao ser assassinada. Vizinhos teriam ouvido pelo menos quatro disparos e logo depois viram o namorado da cabeleireira saindo do local. Ele ainda teria colocado na cintura uma arma.

Suposta gravidez

Conforme informado pelo prefeito Lídio Ledesma, de Iguatemi, à reportagem do Jornal Midiamax, Aline estaria grávida e sob efeito de drogas no dia em que foi morta com tiro na nuca pelo namorado, que segue foragido.

Ainda conforme o prefeito, Aline foi levada à emergência por estar em surto na madrugada daquele dia. Ela foi atendida ainda na viatura da PM. “Não tinha nem condições de descê-la do carro. A médica a atendeu no camburão e ela apresentava sinais evidentes de uso de drogas”, explicou Ledesma.

A médica ainda teria a questionado e Aline teria confirmado o uso de entorpecente sem dizer qual tipo. “Disse que estava grávida também”, afirmou o prefeito. Não foi informado de quanto tempo ela estaria gestante, bem como a equipe médica não teria realizado exames para confirmar a informação ou avaliar o estado de saúde do possível feto.

Questionado sobre o vídeo em que aparece machucada, o qual a família afirma ter recebido após o feminicídio, afirmando ter sido horas antes de morrer, o prefeito afirma que foi feito exame de corpo delito, que não demonstrou marcas no corpo da mulher. 

Após o atendimento, com a vítima apresentando melhoras, a polícia teria a levado embora para casa. “Ela não ficou em observação porque a unidade de saúde não tem estrutura para paciente psiquiátrico e porque ela já apresentava melhoras”, afirmou.

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