Alems deve criar comissão para intermediar diálogo entre policiais e governo em negociação salarial

Policiais organizam paralisação para próxima quinta-feira (5) em todo Estado

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ilustrativa (Henrique Arakaki, Midiamax)

A Alems (Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul) deve criar uma comissão ainda nesta quarta-feira (4) para auxiliar o diálogo entre os policiais civis e o Governo do Estado, que tentam negociar reajuste salarial. 

Os policiais devem paralisar as atividades na quinta-feira (5) entre as 8h e 12h.

Segundo o presidente do Sinpol (Sindicato dos Policiais Civis de Mato Grosso do Sul), Alexandre Barbosa, na terça-feira (3), eles foram novamente na Alems e foram informados da comissão.

“O deputado Gerson Claro, falou que ele estará criando a comissão de intermediação entre os deputados, né, para abrir esse diálogo, juntamente com o governo e a categoria. Então, estamos esperando a publicação até na quinta-feira, né, para a gente saber quais são os deputados que vão fazer parte dessa comissão. Queremos nada mais que o governo cumpra o acordo feito com a categoria”, afirmou.

Sobre a paralisação, ele afirma que objetivo é demonstrar a insatisfação dos servidores. “Está tendo uma adesão muito grande de policiais pelo estado. Vai demonstrar a força da categoria, de correr atrás de um salário digno e justo. Não queremos prejudicar ninguém, mas infelizmente até agora estamos sendo forçados a tomar medidas um pouco mais duras, mais rígidas. É o próprio Governo do Estado que não abriu o canal de negociação ainda com a categoria”, explica.

Sem ‘caixa’ para reivindicações

Na semana passada (28), policiais foram até a Assembleia Legislativa para pedir apoio na negociação com o Governo do Estado.

Durante a sessão, Pedro Caravina (PSDB) defendeu que o Governo do Estado não tem caixa para atender ao pedido de reajuste dos policiais civis, o Sinpol-MS rebateu o parlamentar após o Governo conceder auxílio-saúde de até R$ 1,8 mil apenas para delegados em junho.

Caravina afirmou que é a favor do diálogo, mas que governo não tem condições de atender à reivindicação dos policiais neste momento.

“É justa a reivindicação do sexto salário, mas em razão de fluxo de caixa, o Estado não poderá atender neste momento. O governo sinalizou pela incorporação dos R$ 400 da etapa alimentação, que resultará no reajuste real, que varia de 1,39% até 5,37%. E para os aposentados um aumento real de 8,43%”, disse.

O Sinpol-MS divulgou nota rebatendo o delegado aposentado, que sugeriu que categoria aceitasse a proposta de incorporação de auxílio-alimentação. “Essa incorporação diminui o valor do salário dos policiais de início de carreira, que pertencem à terceira e segunda classes, o que não se torna viável para a categoria. Por ser uma verba indenizatória, não há o desconto dos impostos e quando é incorporada ao subsídio, tem a incidência dos descontos dos impostos, o que acaba não sendo uma realidade sobre o aumento real do salário, mas sim gerando uma diminuição no valor, principalmente das carreiras iniciais”, pontuou em nota.

“O Sinpol-MS esclarece que em maio deste ano o governo concedeu o benefício de auxílio saúde aos delegados de polícia de MS, de 5%, com previsão de gastos aos cofres públicos de quase R$ 11 milhões em 2025; além do benefício também ser concedido aos fiscais de renda do Estado, o que acaba sendo contraditório e revela que o governo do Estado dispõe desses recursos, mas que acaba beneficiando apenas algumas categorias”, afirmou em nota.

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