“Gostaria que comprasse coisas para ele”, diz mulher morta pelo filho em áudio divulgado por advogado

A defesa da família de Regina Fátima de Arruda, de 52 anos, divulgou áudio em que Regina demonstra preocupação com o futuro do filho. Ao contrário do que a defesa do garoto diz, que ela estaria pegando dinheiro do filho, nos áudios, a mulher relata que quer vê-lo com roupas e tênis novos. “Eu quero […]

Ouvir Notícia Pausar Notícia
Compartilhar
Casa onde aconteceu crime (Divulgação PC)

A defesa da família de Regina Fátima de Arruda, de 52 anos, divulgou áudio em que Regina demonstra preocupação com o futuro do filho. Ao contrário do que a defesa do garoto diz, que ela estaria pegando dinheiro do filho, nos áudios, a mulher relata que quer vê-lo com roupas e tênis novos.

“Eu quero ver ele com calça nova, tênis novo, com o que ele quiser”, diz Regina em um trecho do áudio.

Em nota enviada ao Jornal Midiamax, pelo advogado da família de Regina, Felipe Diniz, a família está indignada e triste com a versão do garoto. 

Explicou que ela sempre foi uma mãe preocupada com o futuro dele, que inclusive havia sido contratado recentemente, com a ajuda dela. Ela ainda demonstrava preocupação com a forma que ele gastaria o salário.

“Regina sempre dizia que gostaria que ele investisse em coisas para ele, como roupas e calçados, para estar bem apresentável em seu novo trabalho. Além disso, ela sempre se preocupou com as ausências e atrasos do filho quando ele deveria estar em casa, compartilhando essas preocupações diversas vezes com sua filha e outros membros da família”, diz a família através da defesa, em nota.

Regina foi descrita como batalhadora e genuína. Ela trabalhou como empregada doméstica e era uma pessoa de grande garra e determinação.

“Mesmo enfrentando dificuldades, como o consumo de bebida alcoólica, Regina nunca deixou de ser uma mãe amorosa, uma filha dedicada, uma irmã presente e uma mulher trabalhadora. Sua essência era de uma pessoa alegre e divertida, e seu sorriso contagiante fará muita falta para todos nós”.

No sábado, véspera do crime, ela estava com a família e foi deixada em casa pelos familiares.

Nos áudios, Regina demonstra preocupação com os atrasos do filho no serviço. “Eu tô vendo que ele tá saindo muito atrasado. Ele sai daqui 6h e ele não pode sair daqui 6h. Tem que sair antes das 6h para poder chegar às 7h. Eu falo e ele nada. Ele vai escutar se ele perder esse serviço”, diz.

Em certos trechos, ela reclama que ele tem gasto o dinheiro à toa e não se oferece para ajudar em casa, porém ela também não cobra ajuda. Explica que era para ele comprar roupas novas, cuecas e tênis, mas que gastou todo o dinheiro e comprou apenas o tênis.

“Não quis nem comprar um talco para o chulé dele, eu que tive que comprar”, detalhe.

Ela diz ainda que pretende dar uma conta de água para ele pagar. “Vou ver a reação dele, porque mês passado eu fiquei muito decepcionada com ele. Nem pra falar assim mãe vou comprar um quilo de bife”, lamentou.

Depois de ter gasto todo o dinheiro ele teria falado que não deu para comprar a calça e ela respondeu: “Mas meu filho, eu abri mão de você me ajudar mais para você comprar essa calça e tênis, cueca. Só deu pro tênis”.

Regina ainda reclama que quer ver o filho vestido bem, com roupas novas. “Ele comprando as coisas pra ele eu ficaria quietinha, mas eu tô vendo o dinheiro ir em vão. Eu não aceito. Eu quero ver ele com calça nova, tênis novo, com o que ele quiser, mas eu tenho que ver onde está indo o dinheiro. Esse negócio de sumir com dinheiro não tô gostando não”, diz.

“Que Deus abençoe ele. Não gosto de ficar pressionando ninguém não, mas vamos ver”.

Premeditado

O adolescente de 16 anos premeditou o crime, segundo a delegada, Cyntia Gomes, que foi até o local do crime. Foram mais de 20 facadas desferidas contra Regina.

De acordo com a delegada, o garoto foi apreendido quando voltava para a cena do crime, e foi visto pulando o muro da residência. Conforme a delegada, o adolescente matou a mãe porque, segundo ele, era agredido com frequência pela vítima. Ainda de acordo com Cyntia, o garoto disse que a mãe não o amava, que o xingava e o agredia muito. 

Regina estava dormindo quando o filho desferiu o primeiro golpe, atingindo o pescoço da mãe, por volta das 4 horas da madrugada, momento em que a mulher acordou e passou a gritar pedindo socorro. No rosto, Regina foi atingida nove vezes, além de outras facadas pelo corpo.

O adolescente usou faca, pedaços de vidro e pedras que foram apreendidas pela polícia. Segundo a delegada, o adolescente não demonstrou arrependimento pelo crime. 

Ele bebeu cerveja logo depois de cometer o crime. Os policiais encontraram na mureta da residência, um cigarro com marcas de sangue. Já na rua em frente à casa, foi encontrada uma lata de cerveja aberta também com marcas de sangue. Já dentro da residência foi localizado no banheiro duas embalagens, utilizadas para embalar cocaína.

Testemunhas contaram que viram o adolescente correndo pela rua no amanhecer e que, na noite anterior, ele estaria consumindo bebida alcoólica na casa de amigos e também em uma praça no mesmo bairro.

Versão do adolescente

O advogado de defesa do adolescente de 16 anos que matou a mãe disse ao Midiamax na terça-feira (8) que o garoto mostrou arrependimento pelo crime.

De acordo com o advogado Jonatas Giovani, o adolescente contou a ele que a mãe o agredia todos os dias e que ainda furtava o dinheiro que ganhava trabalhando na Mirim. Ainda segundo Jonatas, o adolescente disse não ser usuário de drogas.

Porém, segundo o advogado, no dia do assassinato usou cocaína para ter coragem de cometer o assassinato. Ele negou ter bebido cerveja depois do crime. Conforme a defesa, o adolescente voltou à residência para se entregar, e não para tomar banho, já que de acordo com o relato dele estava cansado de fugir.

Últimas Notícias

Conteúdos relacionados