18 dias antes de fuga da Máxima, presos estavam isolados em cela disciplinar

Presos usaram uma ‘tereza’ para fugir pulando o muro da Máxima

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Antes de fugir na madrugada do dia 4 deste mês do Estabelecimento Penal Jair Ferreira de Carvalho, conhecido como Máxima, em Campo Grande, Douglas Luan Souza Anastacio, conhecido como ‘Dodo’, havia sido colocado em cela disciplinar após falta cometida dentro do presídio.

Douglas deu entrada na Máxima em junho de 2020. O detento tem passagens por tráfico de drogas. O colega de presídio que também fugiu, Naudiney de Arruda Martins, conhecido como ‘Hip Hop’, tem passagens por roubo majorado. Antes de estar encarcerado na Máxima, ‘Hip Hop’ estava na PED (Penitenciária Estadual de Dourados), sendo transferido para Campo Grande em abril de 2019.

Já em março de 2020, ele deu entrada na Gameleira I, e chegou a ser isolado em cela disciplinar 9 dias depois de sua chegada ao presídio. Naudiney também foi isolado em cela disciplinar no dia 13 de fevereiro deste ano. Não há informações sobre as faltas cometidas pelos presos que os colocaram em cela disciplinar.

Os fugitivos ainda são procurados pela polícia. Outros dois presos que tentavam fugir com Douglas e Naudiney acabaram sendo recapturados e um deles acabou sofrendo uma luxação no pé ao tentar pular o muro. Um Padic será instaurado para apurar a fuga dos detentos.

Pouco efetivo expõe fragilidade da Máxima

A fuga de dois detentos do Estabelecimento Penal Jair Ferreira de Carvalho, conhecido como Máxima, na madrugada desta segunda-feira (4), em Campo Grande, expôs a fragilidade da penitenciária que deveria ser, como o nome sugere, de Segurança Máxima.

Não é de hoje que a penitenciária vira notícia, seja pelo arremesso de drogas para dentro do complexo ou por ter ‘preso tiktoker’, que posta vídeos de dentro da Máxima. Agora, mais uma vez, está entre as principais notícias devido à fuga de Naudiney de Arruda Martins, conhecido como ‘Hip Hop’, e Douglas Luan Souza Anastacio, conhecido como ‘Dodo’.

Segundo informações, apenas uma torre de segurança do presídio estaria em funcionamento e, na área da fuga dos presos, não há câmeras de segurança. Todo o complexo penitenciário que engloba a Máxima, o Presídio de Trânsito, o Centro de Triagem e o Instituto Penal tem aproximadamente 7 mil presos.

Já o número de plantonistas para cuidar da Máxima e, em consequência do Complexo todo, seria de apenas 10 policiais penais, o que muitas vezes faz com que drogas acabem entrando no local com os famosos ‘pombos’. Em novembro de 2023, vídeo circulou nas redes sociais mostrando uma ‘chuva de drogas’.

No vídeo, os presos correm para pegar as drogas no pátio da penitenciária sem pudor nenhum e sem nenhuma fiscalização de policiais. Na época, a Agepen chegou a informar que melhorias estavam sendo feitas para que impedissem que drogas entrassem no presídio.

A nota da Agepen na época diz: “A Agepen informou que instalou telas de seis metros de altura entre a muralha e os solários no Estabelecimento Penal Jair Ferreira de Carvalho para impedir o arremesso de drogas e celulares para a penitenciária. Ainda segundo a Agepen, também trabalha para possibilitar o telamento sobre os todos os pavilhões, como forma de enfrentamento ainda mais eficaz contra essa prática. Segundo a nota, todas as demais apurações necessárias estão sendo tomadas.”