Um menino de 12 anos foi até as redes sociais desabafar sobre o caso de injúria racial que sofreu dentro da escola municipal em que estuda, em Campo Grande, na última quarta-feira (15). No vídeo, o menino negro conta que um colega o chamou de macaco e ofereceu uma banana.

O garoto pede que os pais ou responsáveis ensinem as crianças a terem mais respeito e que repreendam a discriminação racial. Na legenda da publicação, ele ainda escreveu “muito chato o que aconteceu comigo, racismo é crime”.

Confira abaixo o relato do menino:

Hoje na escola que eu estudo aconteceu uma coisa bem chata. Um colega meu me ofendeu dizendo que eu era macaco e se eu queria uma banana. Queria dizer para ensinarem para o filho de vocês não fazer isso e ter mais respeito no mundo, né gente? Para respeitar uns aos outros.

Desde janeiro deste ano, com a Lei 14.532/2023, o crime de injúria racial é equiparado ao de racismo, ou seja, podem ser aplicadas penas maiores, passando de um a três anos para de dois a cinco anos de reclusão. 

O crime de injúria racial é direcionado contra o indivíduo, enquanto o de racismo abrange a coletividade. 

O que diz a Semed?

O caso de injúria racial contra o menino de 12 anos aconteceu dentro de uma escola municipal, em Campo Grande. Em nota, a Semed (Secretaria Municipal de Educação), afirmou que a unidade escolar fez a orientação e advertência verbal do aluno . 

O episódio aconteceu na última quarta-feira (15). O aluno que foi vítima da ofensa procurou a direção escolar, que convocou os pais dos dois envolvidos. 

A direção registrou em ata e o aluno foi advertido. Além disso, a Semed afirma que foi oferecido aos pais da vítima uma cópia da ata, “caso quisessem levar o caso a outras instâncias”, porém os responsáveis não quiseram a cópia do documento.

Por fim, a vítima voltou a frequentar as aulas normalmente e o aluno autor do ato pediu a transferência de escola.

“Ademais, vale ressaltar que a Secretaria de Educação desenvolve um projeto voltado às questões raciais com todas as unidades. O projeto acontece por meio de palestras e ações que buscam sensibilizar e orientar os alunos frente aos seguintes temas: Racismo Estrutural, Racismo Institucional, Bullying, Identidade de Gênero e Diversidade Sexual”, afirmou a pasta em nota. 

A orientação da Semed para as escolas em casos semelhantes é chamar os responsáveis das partes envolvidas para averiguar os fatos e realizar registro da ocorrência em ata.

“A Semed promove a valorização e o respeito às diferentes etnias e culturas, com o objetivo de combater o racismo e o preconceito”, completa a nota.