VÍDEO: bandidos armados rendem jovem e fogem com moto ‘novinha’ em 33 segundos na Cafezais

CG Titan com menos de 1500 km rodados e celular da vítima foram levados em ‘assalto relâmpago’

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Um jovem de 22 anos teve a motocicleta roubada na noite de quinta-feira (3), no Bairro Paulo Coelho Machado, em Campo Grande. Armados, os bandidos renderam a vítima e fugiram levando um celular iPhone 13 que estava preso no painel do veículo para ser usado como GPS.

O crime aconteceu por volta das 20h. Conforme as imagens, a vítima para a motocicleta em frente a uma casa e logo em seguida a dupla em uma motocicleta 125 cilindradas chega atrás. O garupa desce armado e ordena que o jovem entregue o veículo.

A vítima joga a motocicleta no chão e se afasta. O piloto então desce para ajudar a levantar a moto e os dois fogem.

Como mostram as imagens, a ação dos bandidos dura menos de um minuto.

A motocicleta da vítima, segundo ela, não tinha nem 1500 km rodados. É uma Honda CG Titan 160, de cor prata, 2023/2023, com placa RWH2C58.

À polícia, a vítima contou que trafegava pela rua próximo à Avenida dos Cafezais, quando, ao chegar próximo da casa de um amigo e parar a motocicleta, foi rendida pelos criminosos.

O rapaz contou ainda que como estava escuro e ficou muito nervoso não conseguiu colher detalhes dos autores, apenas sabe que a motocicleta usada por eles era de 125 cc.

Em 5 anos, mais de 10 mil motocicletas foram furtadas em Mato Grosso do Sul.

Principais alvos

“Facilidade em reintroduzir no mercado”, esse é o principal ‘motivo’ para os crimes de furtos e roubos de motocicletas em Mato Grosso do Sul, segundo a polícia. Os principais alvos são veículos de modelos populares, justamente pela facilidade ainda maior de venda. Em cinco anos, foram 11.919 roubos e furtos de motocicletas no Estado, 10.795 só de furtos. Pouco mais da metade é recuperada, cerca de 55,85%, conforme dados da Sejusp (Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública).

O maior número de furto de motocicleta aconteceu em 2018, quando foram subtraídos 2.476 veículos. Em 2019, o número teve uma leve reduzida, caindo para 2.226. Já no ano seguinte, ano de pandemia, 1.922 motos foram furtadas. Em 2021, foram 1.839, porém em 2022 os números voltaram a subir, sendo 2.332 motocicletas furtadas.

Os criminosos procuram mais pelos modelos populares, pois são os mais vendidos e com isso facilita para o receptador a introdução do veículo no mercado novamente para o consumidor. Eles também, na maioria das vezes, não agem sozinhos nesse crime. São organizações, associações criminosas que vão desde a pessoa que identifica o local, vê a motocicleta em uma situação de facilidade para o cometimento do crime e subtrai o veículo. A moto é levada para um local, entregue a um receptador que coloca o veículo à venda em sites e na maioria das vezes nas redes sociais.

“Geralmente são vendidas como BOB, que são aqueles veículos comercializados abaixo do valor de mercado. As pessoas pecam em não checar a procedência. Não basta consultar a placa. Os criminosos colocam a venda uma motocicleta que não tem registro de furto ou roubo. Muitas vezes vendem o veículo antes mesmo do proprietário se dar conta do furto”, explicou delegado titular da Defurv (Delegacia Especializada de Furtos e Roubos de Veículos), Ricardo Meirelles.

Combate ao crime

“A própria sociedade é vítima desses crimes e infelizmente muitas vezes acaba colaborando para essa criminalidade ao adquirir um veículo sem checar a procedência”, afirma Meirelles.

A pessoa interessada em um veículo deve checar a documentação, a procedência, antes de adquirir esse veículo. Não comprar de terceiros é uma forma de impedir esse tipo de crime.

Vale lembrar que a pessoa que comprou o veículo também responde, mas pelo crime de receptação, sendo ela culposa ou dolosa (sem ou com intenção). Responde também se o veículo estiver com sinais adulterados como placa trocada, alteração no motor de identificação ou alteração no chassi, mesmo que não tenha sido ela quem fez, só pelo fato de conduzir um veículo nessas situações.

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