Tenente-coronel réu por peculato vai cuidar do patrimônio da PM em Mato Grosso do Sul

Oficial da PM também foi investigado por perseguir e agredir jornalista em Nova Andradina

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Oficial também foi investigado por agredir jornalista em Nova Andradina (Foto: Reprodução/Arte Midiamax)

O comando da Polícia Militar de Mato Grosso do Sul publicou nesta quinta-feira (28) a transferência de 49 oficiais que irão desempenhar novas funções na corporação. Entre os oficiais transferidos está o tenente-coronel Jose Roberto Nobres de Souza, réu por peculato e falsidade ideológica e acusado de perseguir um jornalista em Nova Andradina, a 298 quilômetros de Campo Grande.

O tenente-coronel que atuava na Ajudância-Geral no Comando Geral em Campo Grande, agora passa a atuar na Diretoria de Gestão, Patrimônio e Logística, também em Campo Grande.

A ordem de transferência de unidade é assinada pelo comandante da PM, coronel Renato dos Anjos Garnes em publicação no Diário Oficial do Estado.

O Jornal Midiamax questionou a assessoria de imprensa da Polícia Militar a respeito da transferência do oficial, se há relação com o processo que tramita na Justiça. Não houve resposta até a publicação deste texto e o espaço segue aberto para manifestação.

Réu por peculato

Jose Roberto Nobres é réu por peculato e falsidade ideológica desde setembro deste ano. Na denúncia do MPMS (Ministério Público Estadual) aceita pela Justiça, o tenente-coronel é alvo do processo por uso de viatura policial para uso em atividades particulares, conforme acusação que chegou a ser levada para a corregedoria.

Em dezembro de 2022, quando comandava a PM de Nova Andradina, o oficial já havia sido investigado por crime militar. Na época, ele era alvo de apuração por envolvimento em falsificação de documentos para anular multas de trânsito.

Quando o procedimento de investigação do MPMS foi iniciado, o oficial, que já estava afastado do comando da Polícia Militar de Nova Andradina, foi procurado pela reportagem do Jornal Midiamax e confirmou a existência da apuração.

“Foi verificado que não há nenhuma irregularidade em relação à viatura. A única situação que o encarregado do inquérito entendeu é que eu deveria ter providenciado um documento nosso relatando os fatos, o que entendo que não era necessário”, disse o tenente-coronel à época.

O tenente-coronel também é investigado por denúncia de assédio sexual contra uma colega de farda em Nova Andradina. Informações apuradas pela reportagem do Midiamax relatam que o crime teria ocorrido dentro do gabinete do tenente-coronel, no início de dezembro de 2022, durante uma confraternização entre os militares.

Perseguição a jornalista

O jornalista Sandro de Almeida Araújo, de 46 anos, de Nova Andradina, denunciou o tenente-coronel e mais três policiais por perseguição e agressão na manhã do dia 2 de junho de 2023, em Nova Andradina. Segundo ele, o quarteto teria dito que ele seria o responsável por espalhar faixas na cidade “comemorando” a saída de um comandante.

Sandro disse que estava dirigindo para retornar para sua casa, quando dois veículos descaracterizados, um Renault Sandero e uma caminhonete L-200, com dois homens em cada um, teriam começado a persegui-lo.

Segundo ele, em nenhum momento os ocupantes dos carros se identificaram como policiais militares ou tinham qualquer identificação visual, além de não estarem fardados. O jornalista afirmou que, só depois, tomou conhecimento de que seriam policiais militares lotados na cidade de Nova Andradina. À polícia na delegacia, ele disse ter sofrido abuso de autoridade, já que não havia mandado de prisão contra ele.

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