Morte de jogador de futebol deixou cidade de 11 mil moradores em choque: ‘Ninguém esperava isso’

Assassinato brutal de jovem abalou Sete Quedas e moradores relatam como Hugo era motivo de orgulho para a cidade

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População de Sete Quedas ficou chocada com crime brutal. (Foto: Nathalia Alcântara, Midiamax)

“Em choque”: é o que define o estado dos moradores de Sete Quedas, que tem quase 11 mil habitantes e fica a 468 km de Campo Grande, após o assassinato brutal do jogador de futebol Hugo Vinícius Skulny, de 19 anos. Hugo foi morto com três tiros e teve o corpo esquartejado e jogado no Rio Iguatemi. Três pessoas são suspeitas, entre elas, a ex-namorada de Hugo, um amigo dela e o autor dos disparos, Danilo, que ‘ficava’ com a mulher. Os dois primeiros estão presos e o terceiro está com mandado de prisão em aberto, mas segue foragido.

A reportagem do Jornal Midiamax está na cidade acompanhando o caso de perto. Nesta quinta-feira (6), a residência onde o jogador foi morto estava fechada. Havia ainda fita zebrada que indica que o local foi preservado para o trabalho da polícia, uma sacola com várias bebidas alcoólicas, narguilé e uma bicicleta.
Moradores da região relataram que ainda estão em choque com a brutalidade em que o crime foi cometido e pediram para ter os nomes preservados.

“Não se trata de qualquer crime. É muita maldade no coração”, afirma um atendente em um posto, de 33 anos. Ele contou que conhecia muito o Danilo. “Ele sempre vinha tomar café com o pai. Ele é gente boa demais. Ninguém esperava isso dele”, contou.

O atendente ainda lembrou que o jogador era visto frequentemente passando por ali com os amigos, às vezes a pé, outras de bicicleta. “Ele sempre estava indo jogar futebol fora daqui. A gente nem sabe direito porque que ele voltou, mas era um garoto diferenciado. Um talento no futebol”, lamentou.

Saco com garrafas de bebida alcoólica e bicicleta estavam na casa onde Hugo foi assassinado. (Foto: Nathalia Alcântara, Midiamax)

Uma vizinha da ex-namorada do jogador, local onde o crime foi cometido, contou que estava viajando. Ela conhecia todos os envolvidos e a vítima, além das famílias dos envolvidos. “Eles estudaram na escola onde eu trabalho. São colegas dos meus filhos”, comentou a professora. Hugo tinha terminado o ensino médio no ano passado.

“Hugo, por exemplo, é considerado um talento para a cidade. Todo campeonato que tinha ele participava”, lamentou, dizendo ainda que ficou sabendo do caso quando divulgaram a foto de desaparecimento. “Até então a gente imaginava que ele estava na casa de alguém. Só que as câmeras, a última imagem mostrou que ele estava nessa casa aí. A partir daí começaram a investigar e descobriram tudo”, contou.

Um casal, sendo uma dona de casa e um contador de 44 e 46 anos, está abismado com tudo o que aconteceu. Eles também estavam viajando, mas ficaram sabendo do crime logo que chegaram na cidade. “Incompreensível imaginar um crime desse jeito tão perto daqui. Nós estamos chocados”, disse.

O Jornal Midiamax ainda encontrou uma equipe da polícia nas ruas que afirmou apenas que ainda estão em diligências desse caso.

Até o momento, Danilo segue foragido e é procurado pela polícia.

Casa onde crime aconteceu. (Foto: Nathalia Alcântara, Midiamax)

Depoimento da ex-namorada

Com uma história confusa contada pela ex-namorada na delegacia, ela acabou mudando a versão dos fatos e, em um novo depoimento, contou que na noite do dia 24 de junho foi até uma festa com amigos do lado paraguaio. Já na manhã do dia 25, ela e o autor do crime voltaram para a sua residência, na companhia de um amigo.

O amigo foi para um dos quartos enquanto ela e o autor foram para outro quarto, onde mantiveram relações sexuais. Ela contou que momentos depois, Hugo invadiu a sua casa e entrou repentinamente em seu quarto a chamando de ‘vagabunda’, nisto o autor se levantou.

Os dois foram até a frente da residência e a ex-namorada estava junto quando o autor fez o disparo contra Hugo, que caiu na calçada. O amigo que estava na casa se levantou e assustado teria questionado o que havia ocorrido. Em seguida, o autor mandou que o rapaz o ajudasse a colocar Hugo na carroceria do carro da jovem.

Ele ainda teria mandado que todos ficassem calados e não contassem nada a ninguém. Hugo ainda respirava quando foi colocado no carro. A frente da calçada foi lavada pela jovem.

O amigo que estava na casa no momento do assassinato disse que, após o crime, a ex-namorada de Hugo ficava mandando mensagens para ele e apagando em seguida, afirmando que era para ficar quieto. O padrasto e mãe da jovem também mandaram que ele não contasse nada a ninguém.

Almoço em chácara após crime

Após o crime, a ex-namorada do jogador ligou para a mãe dizendo que Hugo havia sido ferido com um tiro pelo autor, não dando mais detalhes. A mulher, então, avisou o marido que foi até Sete Quedas para ver o que havia ocorrido. 

Chegando à casa da enteada, encontrou o amigo dela que disse que a jovem havia saído para levar o rapaz até a sua casa, mas já voltaria. O amigo estava em estado de choque e com as roupas urinadas. O padrasto da jovem, então, saiu para ir até a sua casa e acabou encontrando ela na rua.

Ele, então, percebeu que ela estava nervosa e resolveram levar o carro para a sua casa e depois partiram no veículo do padrasto para a chácara de sua mãe do lado paraguaio. No local, ela almoçou e no fim da tarde todos foram para um passeio no parque. 

Segundo consta no depoimento, a jovem só contou para mãe o que havia ocorrido depois, dizendo que estava com medo das ameaças do autor que teria dito que mataria, caso alguém soubesse de alguma coisa. Ela e o autor já teriam se relacionado anteriormente e se encontravam esporadicamente, quando ele brigava com a namorada atual.

As roupas sujas de sangue foram lavadas na chácara, assim como o carro da jovem que foi lavado para tirar os vestígios de sangue.

Procurado pela polícia 

Um dos suspeitos de matar Hugo Vinícius Skulny, de 19 anos, teve o mandado de prisão expedido em seu nome na noite desta quarta-feira (5), em Sete Quedas. O jovem não foi encontrado pela polícia e passa a ser considerado foragido.

De acordo com a Polícia Civil, foi disponibilizado o número (67) 3479-1480 para que a população possa fazer denúncias anônimas que levem ao paradeiro do autor.

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