Sindicato de Policiais Civis nega tortura durante investigações de réu por feminicídio

Exame de corpo de delito não apontou nenhuma evidência de tortura

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Acusações foram questionadas por juiz durante depoimento do réu (Foto: Alicce Rodrigues / Midiamax)

O Sinpol-MS (Sindicato dos Policiais Civis de Mato Grosso do Sul) negou, por meio de nota oficial publicada nesta terça-feira (17), as acusações de tortura relatadas na manhã de hoje, durante julgamento de Lucas Pergentino Câmara, de 29 anos, que é acusado de ter matado a ex-mulher, Maria Graziele Elias de Souza, de 21 anos, com golpe de mata-leão em abril de 2020.

Lucas, que é réu confesso, foi preso por equipes da DHPP (Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção a Pessoas) 11 dias após Graziele ser morta. Em depoimento hoje, no banco de réus, ele negou o crime e alegou ter sofrido tortura para fazer a confissão.

A acusação foi questionada pelo juiz titular da 1ª Vara do Tribunal do Júri em Campo Grande, Carlos Alberto Garcete, responsável por julgar o caso. O magistrado questionou Lucas sobre o fato de não haver evidências de agressões no exame de corpo de delito dele. Ao ser questionado, o réu afirmou que sofreu “tortura psicológica”.

O Sinpol-MS publicou nota de repúdio às acusações e reforçou apoio aos trabalhos de investigação conduzidos pela equipe da DHPP (Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa). O Sindicato também destacou que o Estado é o segundo, em nível nacional, no índice de elucidações de inquéritos policiais. Em nota, o Sinpol também destaca que fazer acusação sem prova é crime e passível de pena.

Denúncia do MPMS

Conforme a denúncia apresentada pelo MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul), Lucas e Maria Graziele conviveram maritalmente por aproximadamente 8 anos. No entanto, em abril de 2020 estavam separados, embora Lucas tentasse incessantemente reatar. Além disso, há indícios que ele era muito ciumento e possessivo e monitorava todas as redes sociais da vítima.

Assim, depois de passarem a noite juntos, por volta das 14 horas do dia 14 de abril de 2020, Lucas buscou a vítima no serviço. Em seguida, foram para a casa dele, no Parque do Lageado, para comemorar o aniversário do réu. Com isso, os dois ficaram na residência e chegaram a ter relações sexuais.

Depois, ficaram deitados na cama conversando, momento em que Lucas começou a fazer carinho perto do pescoço de Graziele. Foi então que ela confessou que tinha medo que ele a matasse. Neste momento, Lucas disse “Então eu vou te matar” e deu um mata-leão na vítima, a colocou de bruços e asfixiou com o rosto no travesseiro.

Mesmo após a morte, Lucas foi até a casa da ex-sogra e fingiu que tinha combinado de encontrar a vítima ali. Só por volta das 22h30, ele voltou para casa, colocou o corpo de Graziele no carro e foi até a BR-262, onde deixou a vítima às margens da estrada.

O crime foi descoberto após o corpo da vítima ser localizado por testemunhas. Mesmo assim, Lucas ficou foragido e chegou até mesmo a ir ao velório de Maria Graziele. Ele acabou preso no dia 25 de abril por equipes da DEH (Delegacia Especializada de Homicídios).

O resultado do julgamento, que acontece hoje, ainda não foi anunciado.

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