O sargento da polícia militar Ygor Nunes Nascimento, preso durante uma operação da Polícia Federal, no dia 30 de junho deste ano, em Dourados, a 225 quilômetros de Campo Grande, foi condenado por maioria dos votos, nesta quarta-feira (8), pelo Conselho Permanente de Justiça.

A condenação foi de 4×1, que julgou procedente a condenação pelos crimes de: possuir, deter, portar, adquirir, fornecer, receber, ter em depósito, transportar, ceder, ainda que gratuitamente, emprestar, remeter, empregar, manter sob sua guarda ou ocultar arma de fogo, acessório ou munição de uso restrito, sem autorização e em desacordo com determinação legal ou regulamentar, da Lei do desarmamento.

Além de aplicado o artigo 70 do Código Militar:

São circunstâncias que sempre agravam a pena, quando não integrantes ou qualificativas do crime:

II – ter o agente cometido o crime:

l) estando de serviço

Com isto, o sargento foi condenado a 9 anos de reclusão e 36 dias-multa, em regime fechado, não podendo apelar em liberdade. Como pena acessória foi determinado, pelo Conselho de Justiça, que o sargento seja excluído da corporação da PMMS (Polícia Militar de Mato Grosso do Sul). 

A sentença foi publicada nesta quarta-feira (8). A defesa chegou a pedir pela absolvição do policial, alegando que a narrativa acusatória não merecia procedência. Em setembro, o sargento foi flagrado com um celular no pátio do presídio, e por isso, o MPMS (Ministério Público Estadual) pediu para que o militar fosse incluído em um regime mais rígido, sendo levado para a Gameleira I. 

Suspeito de escoltar traficantes

O sargento é suspeito de escoltar traficantes no Estado e conhecido entre a organização criminosa como ‘Romanov’, segundo apontou a investigação. O militar estava há dois meses no DOF (Departamento de Operações de Fronteira) e ainda passava pelo estágio probatório, quando foi preso.

Foram apreendidas uma pistola Glock com numeração suprimida, um carregador com 17 munições e outro carregador de fuzil. O terceiro sargento recebeu voz de prisão. Durante o depoimento, o militar resolveu se calar, não dando explicações sobre a arma com numeração raspada.

A operação cumpriu 11 mandados de busca e apreensão e 12 mandados de prisão contra nove brasileiros, um italiano, um romeno e um grego, em Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, São Paulo e Rio Grande do Sul.

O terceiro sargento teve a prisão preventiva decretada e, segundo o juiz plantonista, Valter Tadeu Carvalho, a prisão se faz necessária devido à “garantia da ordem pública; periculosidade do indiciado ou acusado”. 

“Entendo que no caso dos autos tais requisitos estão presentes, vez que a prisão em flagrante pelo crime de armas se deu em decorrência de cumprimento de mandado de prisão por suposto envolvimento do flagrado em organização criminosa, tendo ele sido flagrado com a arma e munições relacionadas quando saia de serviço”.