Saíram e não voltaram: Casos de pessoas desaparecidas em MS sobem 23% em 2023
Famílias e autoridades se empenham nas buscas para localizar entes queridos, muitas vezes sem sucesso
Monique Faria –
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Por inúmeros motivos, várias pessoas saem de suas casas em determinado dia e não voltam mais. Assim, começa o drama de famílias, que iniciam buscas e aguardam aflitas por respostas do paradeiro do ente querido. Casos como estes estão se tornando recorrentes e tiveram aumento de 23% entre janeiro e março de 2023, se comparado com mesmo período do ano passado.
Por exemplo, somente no mês de março, foram 63 ocorrências de pessoas desaparecidas, conforme os dados extraídos do sistema da polícia, o SIGO, que reúne boletins de ocorrência registrados como desaparecimento de pessoa.
Muitos casos são divulgados nas redes sociais e causam comoção, ganhando apoio popular e até ajuda nas buscas. Foi o que aconteceu com Aluízio Pereira e com Tânia Bonamigo, que sumiram e, mesmo após buscas de bombeiros, polícia e famílias, não foram localizados.
De 2018 a março de 2023, 1.917 pessoas desapareceram em Mato Grosso do Sul, sendo 2022 o ano que mais teve ocorrência de desaparecimentos, com 452 casos registrados.
De acordo com dados do Sinalid (Sistema Nacional de Localização e Identificação de Desaparecidos), 67% dos desaparecidos em MS são do sexo masculino, enquanto 33% são do sexo feminino. A faixa de idade que mais se registra ocorrência é de 31 a 40 anos (29, 41%), seguida de 51 a 59 anos (23,53%); 18 a 24 anos (17,65%); 25 a 30 anos e 41 a 50 anos (11,76%); mais de 60 anos (5,88%).
Caso Aluízio Pereira
Aluízio Pereira da Cruz, de 88 anos, diagnosticado com Alzheimer, está desaparecido desde 5 de novembro de 2022, em Campo Grande. Apesar dos esforços da família, polícia e Corpo de Bombeiros, ainda não há vestígios de onde o idoso possa estar. Aluízio tomava medicações para tratamento da doença.
A neta de Aluízio, Vanessa Barbosa, 35 anos, afirma não estar sendo fácil para a família o desaparecimento do avô. “O sentimento é de vazio. Não temos nenhuma pista, não sabemos mais o que fazer, por onde procurar”, lamenta.
Com 6 meses de desaparecimento, a família ainda sofre em cada evento festivo. “Dia 5 de março foi aniversário do meu avô. Foi muito difícil, assim como o Natal e Ano Novo. Evitamos falar no assunto na frente de nossa avó porque ela já chora”, afirma Vanessa.
O delegado responsável pelo caso, Carlos Delano, disse à reportagem que não há novidades sobre esse caso.
O desaparecimento de Tânia
Tânia Bonamigo, tinha 62 anos quando desapareceu, no dia 9 de janeiro de 2021, em São Gabriel do Oeste. Tânia havia marcado com um grupo de amigos de fazer uma trilha na Cachoeira Los Pagos, mas não chegou ao local combinado. O grupo estava em quatro carros, e ela teria ido até o local em um carro separado. Antes, eles teriam feito uma pausa na rodoviária de São Gabriel do Oeste, para irem ao banheiro, após isso, não viram mais Tânia.
Em entrevista ao Jornal Midiamax, a filha de Tânia se emocionou ao falar sobre a incerteza vivida pela família. Ela afirma que constantemente questiona a Polícia Civil sobre as investigações do desaparecimento da mãe. “Eu ligo constantemente para perguntar e o que respondem é que seguem investigando”, alega.
Conforme o delegado responsável pelas investigações, Fábio da Silva Magalhães, da delegacia de São Gabriel do Oeste, o inquérito continua e diligências ainda são feitas para tentar elucidar o desaparecimento. “Eu ainda não desisti de localizar a Tânia, mas infelizmente não temos indícios nenhum de onde ela pode estar”, afirma.
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