Ré nega ser amiga de infância e diz ter conhecido vítima de tribunal do crime do PCC 3 dias antes

Laila foi morta durante tribunal do crime do PCC e corpo encontrado em um canavial em Sonora

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(Foto: Anna Gomes – Jornal Midiamax)

Presa há 4 anos e 8 meses, acusada da participação na morte de Laila Cristine de Arruda, de 19 anos, a ré Vitória Valdina Souza da Silva negou ser amiga de infância e afirmou que conheceu a vítima três dias antes do crime. Ela é julgada durante Tribunal do Júri na manhã desta quinta-feira (2) em Campo Grande.

Em seu interrogatório, Vitória alterou a versão dada anteriormente. Desta vez, ela afirmou que apenas tinha ido até a praça onde Laila estava, e retornou para sua casa por outro caminho, sendo que Laila teria ficado no local com outras pessoas e ela “não soube o que aconteceu depois”.

Ainda durante o depoimento, ela afirmou que Laila seria amiga de sua cunhada, e que as duas teriam trabalhado juntas em uma boate no estado do Mato Grosso.

Vitória ainda alegou que tinha mudado para Sonora poucos dias antes do crime, já que estava na casa do pai, localizada em Várzea Grande-MT. “Nunca tinha passado por aquela situação, só queria que acabasse meu sofrimento. Não tinha mais noção do que estava acontecendo”, disse Vitória se justificando da mudança na versão dada.

A ré ainda negou fazer parte de qualquer facção criminosa e disse ter sofrido pressão psicológica e agressões para dar a primeira versão, quando disse ter assistido à execução. A sentença deve sair na tarde desta quinta-feira (2).

Depoimento de testemunhas

Estavam previstas serem ouvidas cinco testemunhas, mas três foram dispensadas. As duas restantes eram policiais da delegacia de Sonora que investigaram o crime à época. Segundo eles, as investigações revelaram que a participação de Vitória seria atrair Laila até o cativeiro onde seria executada. Ela teria utilizado da confiança da vítima, de quem seria amiga, para convencê-la a ir até o local. A defesa negou que ela tenha participado do crime.

Vitória é a última dos dez réus julgados nesse processo. Ela foi denunciada pelo MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) por homicídio qualificado por motivo torpe. Em abril do ano passado os réus foram ouvidos e um deles, Alexandro Silva dos Santos, contou em plenário que, no dia do crime, Laila “teria entrado no carro por conta própria e saído com os acusados”.

Questionado se ela sabia que seria assassinada, o réu afirmou que “se ela soubesse ia fazer um escândalo na praça, estava cheio de gente lá (sic)”.

Na época do crime foram presos os membros do PCC: Uanderson Ferreira Ananias, conhecido como ‘Jamaica’; Odimar dos Santos, conhecido como ‘Piloto’; Victor Hugo Lopes da Cruz, Vitória Valdina Souza da Silva, João Paulo da Silva, conhecido como ‘JP’; Maycon Douglas Almeida, conhecido como ‘Maicola’; e Matheus do Nascimento, conhecido como ‘Cuiabano’. Também foi apreendido um adolescente de 16 anos.

Vítima gravou vídeo

Nas imagens, Laila fala que “CV (Comando Vermelho) aqui em Sonora vão tudo (sic) morrer”. Quando questionada por um dos integrantes do PCC sobre o que iria acontecer com ela, a jovem respondeu “morrer”.

O celular da vítima, de onde foram feitas as imagens, estava enterrado no quintal da casa de ‘Jamaica’. No aparelho, a polícia encontrou fotos com apologia a outra facção criminosa, CV, e por isso, a jovem foi sentenciada à morte.

A jovem foi ‘julgada’ em um quarto que ficava nos fundos de um lava-jato. Ela teria sido atraída até o local pelo ex-namorado, Victor Vinicius e por Vitória Valdina.

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