Só elogios, é o que amigos e vizinhos de José Ricardo Ferreira, de 48 anos, assassinado na noite de domingo (14) pelo enteado no Bairro Colibri em Campo Grande, transmitiam em relação a vítima, durante conversa na manhã desta terça-feira (16).
O sepultamento no Cemitério Nacional Parque, no Bairro Moreninhas, reuniu dezenas de pessoas, entre amigos, vizinhos e familiares. “Ele era muito querido por todos”.
A frase se repetia por qualquer pessoa questionada no local. José cresceu na região e tinha muitos amigos. “Conheço ele há 36 anos, rapaz de família humilde”, comentou um senhor de 65 anos.
“Todos foram pegos de surpresa. Ninguém esperava isso [morte] ainda mais desse jeito. Nunca brigou com ninguém. Pelo contrário, sempre estava disposto a ajudar com o que podia”, contou outro amigo, que preferiu não se identificar.
Uma senhora lamentou ainda mais pela mãe de José. “Ela havia acabado de sair da casa. Estava passando o Dia das Mães com ele. Foi questão de ela chegar na casa dela e receber a notícia”, lamentou, revelando ainda, que a mãe da vítima preferiu não ir ao enterro.
Segundo amigos, José era casado com a mulher que estava na residência há cerca de dois anos, porém nunca ouviram ou presenciaram brigas entre os dois.
Sobre o autor, ninguém soube dar informações, apenas de que ele não morava na região.
“Muito triste, de manhã você vê a pessoa, brinca, conversa, e pouco tempo depois acontece isso”, disse outro amigo.
Assassinato
O crime aconteceu na noite de domingo Dia das Mães (14). Na residência estava a vítima e a esposa, e o filho da mulher, um rapaz de 23 anos, que estava ingerindo bebida alcoólica.
Em certo momento houve uma discussão, quando o jovem retornou dentro de casa e atirou na vítima, atingindo-a na cabeça.
Os próprios vizinhos que socorreram José e o levaram até a UPA (Universidade de Pronto Atendimento), mas não resistiu.
Reincidente
O rapaz, suspeito do assassinato, já responde por outra morte ocorrida em 2021 no mesmo bairro.
No dia 7 de fevereiro de 2021, Marcelo Aparecido Crispim, 38 anos, foi morto a tiros após discutir com um vizinho. A vítima havia se mudado 3 dias antes para o local quando houve a discussão.
Após desentendimento por causa de uma terceira pessoa, o rapaz teria saído do local para buscar a arma de fogo, um revólver calibre 32. Ao encontrar Marcelo sentado em um banco de madeira, na frente de casa, ele atirou na testa da vítima. Marcelo caiu e o autor do crime ainda atirou mais 5 vezes, fugindo em seguida.
Ele permaneceu escondido até se apresentar na delegacia e entregar a arma de fogo. O rapaz assumiu o crime e foi indiciado por homicídio.
