Promotoria reproduz vídeo de peça-chave da Omertà no júri de Name e rebate acusação de tortura
“Delegado que tortura chama promotores, defensores e advogados para a presa?”, questiona a acusação
Thatiana Melo, Anna Gomes –
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A fala da testemunha Eliane Benitez, peça-chave da Omertà, nessa terça-feira (18) durante seu depoimento no julgamento de Jamil Name Filho, Vladenilson Olmedo e Marcelo Rios, foi rebatida pelo promotor Moisés Casarotto, na manhã desta quarta-feira (19), durante os debates entre acusação e defesa, no júri considerado da ‘década’.
“Delegado que tortura chama promotores, defensores e advogados?”, questionou o promotor, que ainda disse que Eliane ficou em uma cela do Garras (Delegacia Especializada em Repressão a Roubos a Bancos, Assaltos e Sequestros) após os policiais acreditarem que ela poderia sofrer ameaças de vida depois de Marcelo Rios ser preso com um arsenal, que seria da família Name.
Ainda segundo Casarotto, a peça-chave da Omertà foi flagrada depois da prisão de Marcelo Rios, no dia 19 de maio de 2019, recebendo dinheiro da organização criminosa. Eliane chegou a pedir por um acordo com o MPMS (Ministério Público Estadual) para entrar no programa de proteção a testemunha.
No dia em que Eliane pede por proteção, ela fala em depoimento que o marido quer fazer um acordo, mas o advogado disse que não faria acordo nenhum.
No primeiro depoimento, Eliane disse que o marido fazia serviços para a família Name, e que estava preocupado com a morte por engano, de Matheus Coutinho, já que o alvo dos Name seria Paulo Xavier.
“Em 2020 ela recebia mensalinho da organização criminosa, por isso mudou a versão”, disse Casarotto. O promotor ainda fala que um dia depois da morte de Matheus, o pai ‘PX’ já sabia que o alvo era ele, e que até um hacker tinha sido contratado para encontrar o ex-militar.
O que motivou a execução?
As investigações demonstraram que Jamil Name e Jamil Name Filho teriam ordenado a morte de Paulo Xavier. PX já teria atuado com a família, na prestação de serviços enquanto também atuava como policial militar.
Inclusive, já teria feito segurança particular de Jamilzinho, na época em que ele teve uma briga com Marcel Colombo, o ‘playboy da mansão’, em 2018. Marcel foi assassinado a tiros em uma cachaçaria da cidade, também segundo a investigação a mando da família Name.
Foi nessa época que PX conheceu o advogado Antônio Augusto de Souza Coelho, com quem passou a ter uma relação próxima. Paulo Xavier também tinha vínculos com a Associação das Famílias para Unificação e Paz Mundial.
Nesse período, Antônio foi procurado pela associação para resolver pendências comerciais e negociar propriedades. Foi então que passou a negociar com a família Name, que se viu em prejuízo financeiro.
Depois, PX teria passado a prestar serviços para o advogado e parou de atender a família Name. Foi então que os líderes decidiram pela morte do policial. No contexto da denúncia, é relatado que a organização criminosa se baseava na confiança e fidelidade, por isso o abandono ao grupo foi mal visto.
A partir da ordem de execução de Paulo Xavier, homens de confiança da família Name foram acionados para colocar o plano de morte em prática. São eles Marcelo Rios, ex-guarda municipal de Campo Grande, e o policial aposentado Vladenilson Olmedo.
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