Após exatas 3 horas e 30 minutos de julgamento sobre a morte de Matheus Coutinho, que teve até bate-boca entre a defesa dos réus e a delegada Daniela Kades, sessão foi suspensa para o almoço, devendo retornar às 13 horas. São julgados Jamil Name Filho, Vladenilson Olmedo e Marcelo Rios pelo crime. 

A sessão desta manhã se encerrou às 11h50 para o almoço, retornando à tarde quando outro delegado que participou da Operação Omertà e prisões dos acusados irá depor. O delegado Carlos Delano da DPHH (Delegacia Especializada de Desaparecidos e Homicídios) falará para os jurados, além de defesa e acusação. 

Matheus foi assassinado a tiros de fuzil, no dia 9 de abril, de 2019. Ele estava manobrando a caminhonete do pai em frente a sua casa, quando foi confundido com Paulo Xavier que seria o alvo do crime arquitetado pela família Name.

Delegada Daniela Kades prestando depoimento (Henrique Arakaki, Midiamax)

Bate-boca entre defesa e delegada

A defesa questionou a delegada se Zezinho havia se aproximado de Marcelo Rios antes do assassinato de Matheus, sendo que a delegada disse que havia transferências de Zezinho para Rios, momento em que a defesa questionou em que parte do processo estava, já que não encontravam.

Neste momento, Kades responde: “Senhor tem que ler o processo”. Aí começa um bate-boca, em que a delegada afirma que não tem que passar número de páginas para a defesa, e que precisam ver o processo. 

A delegada fala que houve provas por obstrução de Justiça e que os casos estão interligados, o que é contestado pela defesa. Assim, a delegada fala sobre a casa das armas, quando Marcelo Rio foi preso antes da deflagração da Operação da Omertà. Kades ainda fala que a motivação para que o grupo arme a morte de Paulo Xavier seria a mudança de lado do ex-militar.

O juiz Aluízio Pereira também chegou a dar bronca na defesa sobre questionamentos de páginas indagadas para a delegada durante o seu depoimento. 

O julgamento deve durar quatro dias e serão ouvidas 16 testemunhas. O julgamento da morte de Matheus foi adiado por três vezes e a defesa de Name tentou um último recurso para adiar mais uma vez alegando que um dos promotores, Gerson Eduardo de Araújo, teria ‘inimizade’ com a família Name, mas o pedido de suspeição foi negado pelo juiz Aluízio Pereira.