O jovem, de 27 anos, preso com documentos falsos e armamento escondido na rodoviária de Campo Grande, disse, durante depoimento na delegacia, que a prisão frustrou seu plano de assaltar uma transportadora de dinheiro de Foz do Iguaçu, no Paraná.

À polícia, o técnico de informática disse que estava em Campo Grande há 20 dias, com intuito de lazer, mas que tinha intenção de cometer um assalto em uma transportadora de dinheiro no Paraná. Ele contou que utiliza diversos nomes falsos, como Yuri, Roberto e Fernando, porém utiliza mais o Yuri. Questionado sobre como consegue dados dos nomes utilizados, disse que tem acesso ao Infoseg, sistema informatizado de dados federais.

Ainda segundo o relato dele, está há muito tempo nessa vida e pretende continuar no mundo do crime. Confessou que só foi preso porque foram feitas muitas perguntas a ele e acabou se contradizendo.

Lembrou também que já fez parte da facção PCC (Primeiro Comando da Capital) e que, após colaborar com uma investigação da Polícia Federal, hoje tem se ‘um preço pela sua cabeça’. 

Sobre outros crimes que cometeu, afirmou que já transportou armas entre Cidad Del Leste, no Paraguai, e São Paulo. As armas foram desmontadas e transportadas dentro do chassi do ônibus de turismo. Ele disse que paga entre R$ 10 mil e R$ 50 mil por armas longas na região de fronteira e de R$ 3 mil a R$ 8 mil em pistolas.

O homem teve a prisão convertida em preventiva durante audiência de custódia, nesta quinta-feira (21).

Prisão e apreensão de armas

O homem foi preso por falsidade ideológica na 4ª Delegacia de Polícia Civil, no Bairro Moreninhas. Conforme a polícia, ele foi até a delegacia na quarta-feira (20) por volta das 13h, solicitando registrar um boletim de ocorrência de extravio de seus documentos pessoais, quando apresentou um boletim de ocorrência sobre os mesmos fatos do Estado do Para.

Diante de versões controversas às perguntas feitas, os investigadores desconfiaram e então iniciou-se um trabalho de inteligência para comparar os dados do boletim de ocorrência apresentado com outros registros com mesmo RG e número de telefone feitos em outras unidades da federação, em nomes diversos.

Com o confronto de informações fornecidas pelas Polícias Civis do Estado do Pará e Minas Gerais, levantou-se a real identidade do autor, que confessou a prática dos crimes, afirmando ser criminoso que viaja todo o Brasil praticando estelionato, tráfico de drogas, receptações de veículos, inclusive assaltos a bancos, que estão sob investigação das Unidades competentes.

Ainda de acordo com a polícia, ele apontou o local na rodoviária de Campo Grande, um guarda-volume, em que foram localizados pelos agentes um fuzil de air soft calibre 5.56mm, e duas pistolas de pressão, com as quais afirmou que participaria de roubos no Estado do Paraná, e cinco aparelhos celulares, além de um colete balístico com estampa camuflada.

Na oportunidade foi cumprido um mandado de prisão por crime de tráfico de drogas oriundo do Estado de Minas Gerais e levantou-se que o autor já foi preso várias vezes, por crime de estelionatos, roubo e furto, em diversos Estados do Brasil, em que afirma que vive para o crime e não vai mudar.