Polícia conclui que ex e amigo usaram serra elétrica e premeditaram morte de jogador de futebol
Serra elétrica foi encontrada na casa de Danilo, que está foragido
Thatiana Melo, Graziela Rezende –
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Um crime bárbaro e premeditado, que tirou a vida do jogador de futebol, Hugo Vinícius Skulny, de 19 anos, morto a tiros e esquartejado em Sete Quedas, cidade a 468 km de Campo Grande, conclui a Polícia Civil. Para esquartejar o corpo, foram usadas uma serra fita de açougue e uma serra elétrica. A ex-namorada de Hugo está presa temporariamente acusada do assassinato.
Os objetos foram encontrados na casa do suspeito Danilo Alves e apreendidos pela polícia. A ex-namorada de Hugo está presa acusada de ser coautora do crime. Já o jovem citado anteriormente está foragido e um mandado de prisão contra ele foi expedido.
Segundo informações passadas em coletiva de imprensa, nesta sexta-feira (7), na Câmara de Vereadores da cidade, o crime foi premeditado e dificultou a defesa do jogador.
Hugo foi morto com três tiros, sendo dois na testa e ainda teve o corpo esquartejado e arremessado no rio, o que envolveu uma força-tarefa para localizar os restos mortais.
Conforme a Polícia Civil, foram ouvidas 17 testemunhas, além do cumprimento de seis mandados de busca e apreensão, o que resultou em celulares e objetos perfurocortantes encaminhados para perícia. Ao todo, a investigação durou 11 dias e continua em andamento, com a colaboração de pessoas que foram “peças-chave” para identificação dos envolvidos.
Corpo de Bombeiros usou drones e ‘tatica em X’ para localizar restos mortais
O Corpo de Bombeiros usou drones e uma “tática em X” para auxiliar na localização dos restos mortais do corpo. Foram 18 quilômetros de buscas pelo rio, em locais de difícil acesso.
Nestes 11 dias de investigações, foram feitos vários testes pela perícia científica, que atuou com sete peritos, em que todas as circunstâncias foram analisadas, além da reprodução simulada feita na casa da ex-namorada do jogador de futebol.
De acordo com a perícia, foram três dias de necropsia e exames complementares serão ainda realizados para a investigação.
A promotora de Justiça, Mayara Santos, disse na coletiva que “é compromisso do MPMS [Ministério Público de Mato Grosso do Sul] buscar as responsabilidades criminais desta tragédia”.
Os autores deverão ser autuados por homicídio que dificultou a defesa da vítima, ocultação de cadáver e fraude processual.
Danilo mentiu para a polícia
Danilo mentiu para a polícia. Ele contou que, na noite do dia 24 de junho, foi para uma festa no posto com seu pai em uma caminhonete Hilux e que teria deixado o local também na companhia dele. Disse ainda que, neste dia, estava brigado com sua namorada.
Contou ainda que, naquela noite, viu Hugo na festa e se cumprimentaram. No relato, disse que nunca havia conversado ou brigado com Hugo, mas que a vítima tinha ciúmes dele porque Danilo teve um breve relacionamento com a ex-namorada do jogador.
Consta ainda no depoimento do autor que a vítima estaria sob efeito de drogas, muito alterada, além de perceber um ‘volume’ na cintura de Hugo. Danilo disse à polícia que teria ouvido comentários de que o jogador estaria armado.
Por volta das 4h30, relatou ter ido embora da festa com seu pai na caminhonete e dormiu, acordando por volta das 13h. Disse que seu primo compareceu na festa, mas foi embora antes.
O depoimento diverge tanto do relato da ex-namorada do jogador, quanto do amigo dela que estava na casa e teria ajudado a colocar o corpo do jogador no veículo após o primeiro disparo. Os dois estão presos.
Depoimento da ex-namorada
Com uma história confusa contada pela ex-namorada na delegacia, ela acabou mudando a versão dos fatos e, em um novo depoimento, contou que na noite do dia 24 de junho foi até uma festa com amigos do lado paraguaio. Já na manhã do dia 25, ela e o autor do crime voltaram para a sua residência, na companhia de um amigo.
O amigo foi para um dos quartos enquanto ela e o autor foram para outro quarto, onde mantiveram relações sexuais. Ela contou que momentos depois, Hugo invadiu a sua casa e entrou repentinamente em seu quarto a chamando de ‘vagabunda’, nisto o autor se levantou.
Os dois foram até a frente da residência e a ex-namorada estava junto quando o autor fez o disparo contra Hugo, que caiu na calçada. O amigo que estava na casa se levantou e assustado teria questionado o que havia ocorrido. Em seguida, o autor mandou que o rapaz o ajudasse a colocar Hugo na carroceria do carro da jovem.
Ele ainda teria mandado que todos ficassem calados e não contassem nada a ninguém. Hugo ainda respirava quando foi colocado no carro. A frente da calçada foi lavada pela jovem.
O amigo que estava na casa no momento do assassinato disse que, após o crime, a ex-namorada de Hugo ficava mandando mensagens para ele e apagando em seguida, afirmando que era para ficar quieto. O padrasto e a mãe da jovem também mandaram que ele não contasse nada a ninguém.
Depoimento do amigo que estava na casa
Em depoimento, o amigo revelou que ficou em choque quando viu que o ‘ficante’ da ex-namorada de Hugo havia matado o jogador de futebol com um tiro. Ele disse que após desovar o corpo junto do autor o arremessando no rio, o ‘ficante’ teria pegado a mangueira da propriedade e lavado a carroceria do veículo da jovem, já que ficou suja de sangue.
Depois, ele lavou a grama que também ficou suja de sangue e, logo em seguida, os dois voltaram em direção à casa da jovem. O trajeto durou em torno de 10 minutos, segundo o amigo. Após isso, quando foi deixado em casa pela ex-namorada de Hugo, que estava acompanhada do padrasto e da mãe dela, foi avisado por todos que era para ficar quieto e não falar nada sobre o crime.
Ainda segundo o depoimento do amigo, no dia seguinte, a jovem mandou mensagens dizendo a ele: “Se ele (autor) for contra nós iremos contra ele”. Em seguida, mandou outra mensagem afirmando que se ele contasse alguma coisa a alguém, ela atiraria nele. O amigo ainda disse que a jovem mandava as mensagens e depois apagava.
Mas, ele contou que acabou revelando sobre o crime para um outro amigo. Ele falou que jogaram o corpo de Hugo inteiro no rio e que não sabe como o corpo apareceu esquartejado, e que não viu o autor colocando nada amarrado para que Hugo afundasse no rio.
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