Os policiais militares, 2º sargento Lindolfo Lemes Fernandes e o cabo Daniel Paes Fonseca, acusados da morte do adolescente Bruno Gabriel, de 16 anos, em 2014, na cidade de Anaurilândia, após uma perseguição por 3 quilômetros entre plantações de mandioca e soja, foram presos 9 anos depois do crime.

O sargento deu entrada no Presídio Militar, no dia 13 de julho e o cabo no dia 22 de julho. Os militares na época foram acusados de tortura e depois absolvidos do crime, sendo condenados por prevaricação e falsidade ideológica a 4 anos e seis meses de detenção. A morte do adolescente ocorreu em janeiro de 2014, após uma perseguição devido a roubos de motocicletas que estavam ocorrendo na cidade.

Os policiais estão presos desde o fim de julho deste ano, no Presídio Militar. Na época, o laudo médico constatou que o adolescente teve hemorragia interna e sofreu uma parada cardiorrespiratória depois de ser levado para a delegacia. Ele tinha vários hematomas nas costas e nádegas.

No dia 7 de janeiro de 2014, Bruno Gabriel estava sentado em frente a uma residência na companhia de amigos e irmãos quando a polícia chegou. O adolescente correu pulando muros de casas e depois entrando em plantações de soja e mandioca. A perseguição durou cerca de 3 quilômetros.

Quando abordado e detido, o adolescente gritava e pedia por água dizendo que estava passando mal. Ele foi questionado os motivos para a fuga e respondeu que correu porque seu cunhado mandou, mas negou participação em roubos de motocicletas. Para ser levado para a delegacia, Bruno Gabriel foi carregado pelos pés e mãos, já que afirmava que não conseguia andar.

Já na cela da delegacia, o adolescente gritou que estava passando mal e detentos das celas ao lado passaram a chamar por socorro. A vítima foi levada para o hospital, mas segundo laudos médicos da época, o adolescente chegou à unidade de saúde sem vida.

Nos laudos da época, o adolescente estava com hematomas nas costas e nádegas. Os policiais chegaram a ser acusados de tortura, mas foram absolvidos do crime, já que a conclusão da Polícia Militar foi de que os policiais não se omitiram no socorro, sendo o adolescente levado ao hospital, logo que passou mal na delegacia.